sábado, 5 de junho de 2010

PIDE





Como o texto que escrevi para um rvcc está demasiado forte e vai muito brevemente ser passado a pente fino pela censura, vai ser guardado aqui para ver se se safa.
 
'No que diz respeito aos portugueses que procuram sair de Portugal para obter melhores condições, os que o fizeram há duas décadas,   iam para ficar,   contrariamente aos de hoje que saem, na sua maioria, de forma sazonal ou por um período de tempo estipulado.

A constância do fenómeno migratório em Portugal pode atribuir-se à permanência de profundas assimetrias regionais no país e à existência de desequilíbrios geo-económicos entre Portugal e os sucessivos países de destino, o que tem um grande impacto na economia nacional.

Hoje em dia, temos já muitos emigrantes que estiveram décadas noutros países, mas que preferiram gozar os seus últimos anos no seu país natal, voltando com as suas reformas. As diferenças entre estes e a maioria que hoje emigra são abismais. Hoje, é fundamental o domínio da língua do país de origem ou, pelo menos, da língua inglesa ou francesa, visto que a integração dos emigrantes existe realmente e os nossos cidadãos vão, quase todos eles, exercer trabalhos que os oriundos desse país também exercem, e viver integrados nos bairros dos mesmos.

Nada disto se passava com os emigrantes que saíram de Portugal nos anos 50 e 60. Na realidade estas pessoas iam ocupar os lugares que mais ninguém queria, na construção civil ou, no caso das mulheres, na área das limpezas ou outras tarefas domésticas. Existiam, e ainda persistem, comunidades portuguesas nestes países que são verdadeiras aldeias portuguesas, onde se fala, come e vive exactamente como em Portugal.

Para além de não se conseguirem, ou não quererem, integrar-se nas comunidades nativas, estes portugueses acabaram por não aproveitar a possibilidade de conhecimento profundo de outra cultura e língua e acabam por voltar ao seu país cinquenta anos mais tarde, com uma vida repleta de sacrifícios e de saudade das suas origens, nas quais por vezes já nem reconhecem raízes, devido à sua longa ausência.’

3 comentários:

Reis disse...

faz-me lembrar de uma certa pessoa que imigrou para terras de sua magestade

Maria disse...

Não estás em posição de comentários até ao dia em que tenhas coragem de sair do buraco :)

Reis disse...

sem comentários!