quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Que dói

despedir-me de uma pessoa sem saber se a volto a ver. E é uma experiência nova para mim.
-Porta-te bem Manuel das Fazendas e não dês cabo do juízo da Alexandrina.
-E tu não te esqueças da nossa conversa!
Em oito dias conseguiu falar-me três vezes da tese inacabada.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal

Não sei se existe Deus.
Mas se Deus existe
ele está com toda a certeza
a comer comigo esta farinha
no mesmo prato.

          José Craveirinha, 1966




domingo, 23 de dezembro de 2012

Cantoria

Porque lá em casa ando a levar com isto há quinze dias e hoje não me sai da cabeça. Que nunca falte a cantoria.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Ouvi dizer

que o mundo acaba amanhã.

Mas eu acho que não vai acabar, espero é que leve uma grande volta. 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Tudo pronto

Malas à porta e passaporte em riste.
Era suposto este dia estar a acontecer há três meses atrás. (Decisões, decisões..). Inverteram-se os papéis  e a despedida deixou de ser aqui para ser em casa. Na outra casa. Porque todos os lugares podem ser nossos quando se lhes juntam sorrisos e partilhas, quando se erguem as emoções. Até já Lisboa do meu coração.

domingo, 16 de dezembro de 2012

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Escolhes

o colo para dormir, as hamburguesas para jantar, as músicas na casa de banho e um mimo de compota. E tão bom que é.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Christmas wishlist

Em boa verdade não preciso de nada. Lembro-me de uma coisa ou outra que vão tornar a minha vida mais prática, como o descascador de batatas e o abridor de latas de conserva, mas esses (e outros) estão já diluídos na minha lista de afazeres durante os dez dias em Portugal. O que me dava mesmo mesmo jeito era um extra de cinquenta quilos na bagagem quando voltar, mas acho que a TAP não vai nisso. Portanto o que eu quero mesmo mesmo mesmo é conseguir fazer tudo o que tenho para fazer e ver toda a gente que tenho para ver, e se isso acontecer tenho a certeza que me venho embora feliz da vida para a primeira passagem de ano de biquini.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

AMOR




Devido ao aumento significativo dos resíduos produzidos por uma população em rápido crescimento, a gestão do lixo tornou-se um problema maior em Moçambique.
Os resíduos sólidos não recebem nenhum tratamento de reciclagem e são despejados nas lixeiras das cidades, quando são recolhidos.
No ano de 2009, surge a Associação MOçambicana de Reciclagem - AMOR, criada por ambientalistas moçambicanos e especialistas em reciclagem.
A AMOR, Associação não-governamental moçambicana sem fins lucrativos, promove e organiza uma reciclagem social dos resíduos sólidos nas cidades de Maputo e Matola, por enquanto.

Quer ser ‘amigo’ da AMOR?
Através do pagamento de uma cota anual, pode beneficiar de recolhas no seu domicílio, ou na sua empresa, feitas pelos colectores móveis da AMOR.

Porquê reciclar?
Reciclar significa aproveitar os componentes dos resíduos para produzir novos produtos.

A necessidade de se reciclar foi despertada pelos seres humanos a partir do momento em que se verificaram os benefícios que este procedimento trazia para o planeta Terra. A partir da década de 80, a produção de embalagens e produtos descartáveis  aumentou significativamente, assim como a produção de lixo. No processo de reciclagem, que, além de preservar o meio ambiente também gera riquezas, os materiais mais usados são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. Esta reciclagem contribui para a diminuição significativa da poluição do solo, da água e do ar. Um outro benefício é a quantidade de empregos que pode gerar.

Quais as vantagens de reciclar com a AMOR?
- Desenvolvimento das responsabilidades ambientais e sociais.
- Divulgação das acções realizadas pelos nossos parceiros nas nossas plataformas online.
- Luta contra a pobreza urbana.
- Melhoramento das condições ambientais do nosso país.
- Apoio aos portadores do HIV/SIDA (Associação Xidzuki).
- Integração da mulher moçambicana.

O percurso dos resíduos
1. Os resíduos, já separados, podem ser recolhidos nas residências / empresas / instituições ou podem ser entregues directamente nos ecopontos da AMOR.
2. Se for um colector móvel da AMOR a recolher o lixo ele irá vendê-lo à gestora do ecoponto. Se for a própria pessoa a deixar o lixo directamente no ecoponto, poderá oferecê-lo ou receber dinheiro proporcionalmente ao peso de volume entregue.
3. As gestoras dos ecopontos vendem posteriormente os resíduos à empresa moçambicana que os acondiciona e prepara para exportação.
4. Esta por sua vez negoceia a distribuição de todos os resíduos devidamente acondicionados a empresas especializadas da indústria transformadora situadas fora do país.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mozambikes


Está provado que bicicletas oferecem beneficios para o desenvolvimento seja de pessoas ou neste caso de um país, Moçambique.


O uso de mais bicicletas é uma mais-valia para o povo moçambicano devido às inúmeras vantagens que advêm desse meio de transporte pessoal.
A massificação a nível nacional deste meio de transporte permitirá a muitos, transportar mais produtos, percorrer maiores distâncias, mais rapidamente do que se tivessem de percorrer a mesma distância a pé, andando quilometros, o que acontece na actualidade.

O bom uso da bicicleta em meios rurais permite que os seus utilizadores alcancem melhores cuidados de saude, vistando com mais regularidade os centros de saúde que se encontram muitas vezes longe das suas aldeias.

Permitirá igualmente que muitos tenham uma forma de se deslocar para os seus empregos ou mesmo alcançarem melhores empregos e outros consigam ter melhor acesso á escola, melhorando a sua performance escolar através de uma assiduidade mais regular.

A Mozambikes não é a primeira a identificar a necessidade de ter mais bicicletas em Moçambique. Pois todos sabemos o impacto que mais bicicletas teriam na vida de muitos moçambicanos mas dada a dificuldade de muita da população em adquirir uma, devido ao elevado preço das mesmas, decidimos avançar com este projecto.

A grande diferença reside no facto da Mozambikes se propor a mudar o modelo de negócio de bicicletas para oferecer a todas as províncias de Moçambique uma bicicleta de qualidade a um custo reduzido, fazendo assim chegar a todos, este bocado de desenvolvimento a um preço acessivel.

O preço da Mozambike irá ser o mesmo em todas as províncias não diferenciando os habitantes de diferentes regiões apenas por residirem em províncias mais afastadas, oferecendo um produto que certamente fará imensa diferença no seu dia-a-dia de todas essas pessoas e melhorará sem dúvida a sua qualidade de vida.


Mais aqui

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Afenal!

Os veteranos daqui dizem que é estranha a primeira ida a casa. Porque aí agora faz frio, porque conduzimos ao contrário e não paramos nas passadeiras, porque compramos crédito para o telefone e tabaco nos semáforos ou sentados no café, porque temos saudades de coisas parvas, porque dizemos mata-bicho, final de semana e estou a pedir sal. Basicamente que nos sentimos uns parolos. Eu já tenho um pé aí porque já ando a atafulhar a agenda e acho que só me vou dar conta de que estou em Dezembro no minuto em que aterrar e se me enregelarem os ossos. Faltam apenas vinte dias, que presumo que passem a correr, para voltar a sentir alguns abraços e voltar a ver alguns sorrisos. E como eu gosto do Natal!

domingo, 25 de novembro de 2012

Tic tac

O relógio começa já a pular.. sete meses sem o meu castelo é muito tempo. Preocupa-me a gestão do tempo que vou ter porque quero tratar de coisas que não posso tratar aqui, comprar coisas que não posso comprar aqui, ir a dois ou três médicos, levar vacinas, ver trezentas e cinquenta e quatro pessoas, assar castanhas e maçãs na lareira do Manuel e da Alexandrina, matar saudades da minha Lisboa, do quartel e pelo meio ainda se mete o Natal. Dez dias para enfiar sete meses.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

BC

Não se perdem amigos assim e eu nunca tinha perdido nenhum.
Vou ter saudades tuas mas não me deixas um vazio, deixas antes um cantinho bem preenchido de gargalhadas, copos e cinemas que pareciam não ter fim. Mas tiveram. Beijo grande.



quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Hoje

queria o teu colo. O calor que nunca senti verdadeiramente. Hoje queria dizer-te que, apesar de tudo, está tudo bem. Que toda a vida fui corajosa mas que este passo foi, sem dúvida, o maior. Hoje queria que soubesses que estou bem e feliz. Queria que tudo o que passou se desfizesse e apenas restasse o amanhã. Queria o teu silêncio. Queria tudo aquilo que te vou exigir a partir deste passo, a partir do minuto em que te voltar a ver.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

.

Inspiro. Não sei de onde vens e não é importante. Não sei onde me levas mas agora não quero saber. Expiro. Excitas-me os sentidos com os dez dedos a percorrer-me as costas enquanto me beijas a boca de olhos cerrados. Enrrosco-me e contorço-me. Olho-te de frente e escapa-me o sorriso. Que nunca nos faltam os sorrisos. Aperto-te o corpo e inspiro o teu cheiro doce que me expurga. Abraço-te com tudo o que tenho, beijo-te com tudo o que sou. Expiro serenamente. Mais um dia no fim.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Ficaste no vento do Chibuto

Cri tempo demais que não me conseguia despedir de ti. Pregada na mesa de cabeceira fazias-me lembrar todos os dias que tinhas que partir e juntar-te com tamanha mudança pareceu-me o momento ideal. Tenho-te em mim mesmo sem aquele pedaço de papel dorido e chorado. Adeus. Até que a vida te traga de novo.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Como deve ser

Quantas vezes fazemos coisas a brincar por não podermos, seja lá por que razão for, fazê-las a sério? Quantas vezes se compram marcas falsas por não termos dinheiro, ou não o querermos gastar, numa verdadeira? Quantas vezes olhamos para outras vidas e as desejamos por não termos ambição, ou tomates, de lutar pela nossa? Quantas vezes apregoamos ser ou fazer coisas que por incapacidade, ou preguiça, não somos nem fazemos?
Porque não olhamos para as nossas medidas e vivemos à medida da mesma? Porque não compramos uma mala da Zara ou mesmo uma artesanal em vez de uma Louis Vouitton da feira de Carcavelos? Porque não levamos as nossas crianças a uma biblioteca em vez de as enfiarmos no Colombo? Porque não vamos caminhar na praia ao fim do dia em vez de ver telenovelas merdosas?
Parece-me que se passam vidas inteiras sem que se levem as coisas a fundo. Sem que se leia o que realmente de quer ler, sem que se veja o que realmente se quer ver. No limite, que se crie uma criança confiando na televisão e na playstation sem que se lhe mostre o mundo e se lhe ensine alguma coisa.
Sem máscaras e sem presunções, acordar como deve ser, trabalhar como deve ser, comer como deve ser, namorar como deve ser, sair à noite como deve ser, ser pai como deve ser. Viver como deve ser. E o que não se pode ou não se quer fazer, não se fazer mais ou menos, mas simplesmente não fazer.
Como deve ser quer para mim dizer com convicção, com brio, com orgulho. Sem máscaras e sem presunções.

Tive que ir ao google ver como é que se escreve Louis Vuitton.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Branca de neve

Há histórias maravilhosas em que só de meter o pé dá medo.. Em vez de castelos e princesas encontramos guerreiros e muralhas, sempre a merda das muralhas. Guerreiros da vida e do mundo que nos engolem num minuto com tamanha vida e coração. Guerreiros que nos fazem tremer as pernas com tanta bagagem que carregam e ficamos meio perdidos sem saber que vida escolher. Começam-nos a pesar os contos, as fadas, as bruxas e ficamos com a maçã na mão sem saber que lhe fazer. E eu nunca tive jeito para ser princesa.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Mabanwane

Mais um dia cheio. Esta aldeia é Mabanwane, bem mais pobre que o Chibuto. Sem água e sem energia mas com muitos sorrisos. E de repente o universo troca-nos as voltas e num segundo estamos a ponderar tudo de novo.
















segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Eu já dancei com a chuva

Com uma chuva torrencial misturada com muito boa música e muito boa gente num sítio muito peculiar. E o som daquela chuva intensa a cair-me em cima do cabelo solto e a encharcar-me a roupa e a alma ao lado de todos os que como eu a medo, um a um, se juntavam aquela magia e se deixavam levar. Sapatos largados, camisas ensopadas, sorrisos até ao fim de um qualquer mundo e gargalhadas de êxtase. Assim sem avisar chega um dos momentos mais especiais das nossas vidas e faz com que o nosso sorriso fique preso dois dias a pensar naqueles dez minutos de emoção. Eu já dancei com a chuva.

domingo, 14 de outubro de 2012

Casa nova

Vida nova.
É bom ser recebida, é muito bom ser bem recebida.
E tenho aquela sensação miudinha de ser mais um primeiro dia do resto da minha vida. Depois de um mês difícil, cheio de turbulência, vem um conforto daqueles que não se paga juntamente com uma vista maravilhosa. E cheguei mesmo a tempo de ver o pôr-do-sol, da minha nova janela.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Hoje, que chuvisca

Posso dizer-te que todos os dias te quero aqui. Posso dizer-te de maneiras diferentes que te quero de forma diferente a cada dia que passa. Posso dizer-te tudo o que sinto e tudo o que julgo sentir, tudo junto ou de forma separada. Posso sorrir-te todas as manhãs sem que me vejas, de longe, na minha janela. Posso despedir-me devagarinho por não saber até quando dura isto que trago comigo porque não me sei despedir de uma só vez, nunca soube. Posso pintar as unhas para que as vejas e as comentes como de resto sempre fazes. Posso fingir-me distraída mais logo quando souber que tens os olhos pousados nos meus movimentos. Posso ficar calada e enterrar-me apenas nos lençóis e nas lembranças que trago tuas e que me arrancam sorrisos. Posso até não fazer nada, mas isso não sou eu.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A Inocência

No Expresso de ontem, por Miguel Sousa Tavares

Há alguns incompetentes, mas poucos inocentes. 
O que poderemos nós pensar quando, depois de tantos anos a exigir o fim das SCUT, descobrimos que, afinal, o fim das auto-estradas sem portagens ainda iria conseguir sair mais caro ao Estado? 
Como caixa de ressonância daqueles que de quem é porta-voz (tendo há muito deixado de ter voz própria), o presidente da Comissão Europeia, o português Durão Barroso, veio alinhar-se com os conselhos da troika sobre Portugal: não há outro caminho que não o de seguir a “solução” da austeridade e acelerar as “reformas estruturais” ? descer os custos salariais, liberalizar mais ainda os despedimentos e diminuir o alcance do subsídio de desemprego. Que o trio formado pelo careca, o etíope e o alemão ignorem que em Portugal se está a oferecer 650 euros de ordenado a um engenheiro electrotécnico falando três línguas estrangeiras ou 580 euros a um dentista em horário completo é mais ou menos compreensível para quem os portugueses são uma abstracção matemática. Mas que um português, colocado nos altos círculos europeus e instalado nos seus hábitos, também ache que um dos nossos problemas principais são os ordenados elevados, já não é admissível. Lembremo-nos disto quando ele por aí vier candidatar-se a Presidente da República. 
Durão Barroso é uma espécie de cata-vento da impotência e incompetência dos dirigentes europeus. Todas as semanas ele cheira o vento e vira-se para o lado de onde ele sopra: se os srs. Monti, Draghi, Van Rompuy se mostram vagamente preocupados com o crescimento e o emprego, lá, no alto do edifício europeu, o cata-vento aponta a direcção; se, porém, na semana seguinte, os mesmos senhores mais a srª Merkel repetem que não há vida sem austeridade, recessão e desemprego, o cata-vento vira 180 graus e passa a indicar a direcção oposta. Quando um dia se fizer a triste história destes anos de suicídio europeu, haveremos de perguntar como é que a Europa foi governada e destruída por um clube fechado de irresponsáveis, sem uma direcção, uma ideia, um projecto lógico. Como é que se começou por brincar ao directório castigador para com a Grécia para acabar a fazer implodir tudo em volta. Como é que se conseguiu levar a Lei de Murphy até ao absoluto, fazendo com que tudo o que podia correr mal tivesse corrido mal: o contágio do subprime americano na banca europeia, que era afirmadamente inviável e que estoirou com a Islândia e a Irlanda e colocou a Inglaterra de joelhos; a falência final da Grécia, submetida a um castigo tão exemplar e tão inteligente que só lhe restou a alternativa de negociar com as máfias russas e as Three Gorges chinesas; como é que a tão longamente prevista explosão da bolha imobiliária espanhola acabou por rebentar na cara dos que juravam que a Espanha aguentaria isso e muito mais; como é que as agências de notação, os mercados e a Goldman Sachs puderam livremente atacar a dívida soberana de todos os Estados europeus, excepto a Alemanha, numa estratégia concertada de cerco ao euro, que finalmente tornou toda a Europa insolvente. Ou como é que um pequeno país, como Portugal, experimentou uma receita jamais vista ? a de tentar salvar as finanças públicas através da ruína da economia ? e que, oh, espanto, produziu o resultado mais provável: arruinou uma coisa e outra. E como é que, no final de tudo isto, as periferias implodiram e só o centro ? isto é, a Alemanha e seus satélites ? se viu coberto de mercadorias que os seus parceiros europeus não tinham como comprar e atulhado em triliões de euros depositados pelos pobres e desesperados e que lhes puderam servir para comprar tudo, desde as ilhas gregas à água que os portugueses bebiam. 
Deixemos os grandes senhores da Europa entregues à sua irrecuperável estupidez e detenhamo-nos sobre o nosso pequeno e infeliz exemplo, que nos serve para perceber que nada aconteceu por acaso, mas sim porque umas vezes a incompetência foi demasiada e outras a inocência foi de menos. 
O que podemos nós pensar quando o ex-ministro Teixeira dos Santos ainda consegue jurar que havia um risco sistémico de contágio se não se nacionalizasse aquele covil de bandidos do BPN? Será que todo o restante sistema bancário também assentava na fraude, na evasão fiscal, nos negócios inconfessáveis para amigos, nos bancos-fantasmas em Cabo Verde para esconder dinheiro e toda a restante série de traficâncias que de há muito - de há muito! - se sabia existirem no BPN? E como, com que fundamento, com que ciência, pode continuar a sustentar que a alternativa de encerrar, pura e simplesmente, aquele vão de escada “faria recuar a economia 4%”? Ou que era previsível que a conta da nacionalização para os contribuintes não fosse além dos 700 milhões de euros? 
O que poderemos nós pensar quando descobrimos que à despesa declarada e à dívida ocultada pelo dr. Jardim ainda há a somar as facturas escondidas debaixo do tapete, emitidas pelos empreiteiros amigos da “autonomia” e a quem ele prometia conseguir pagar, assim que os ventos de Lisboa lhe soprassem mais favoravelmente? 
O que poderemos nós pensar quando, depois de tantos anos a exigir o fim das SCUT, descobrimos que, afinal, o fim das auto-estradas sem portagens ainda iria conseguir sair mais caro ao Estado? Como poderíamos adivinhar que havia uns contratos secretos, escondidos do Tribunal de Contas, em que o Estado garantia aos concessionários das PPP que ganhariam sempre X sem portagens e X+Y com portagens? Mas como poderíamos adivinhá-lo se nos dizem sempre que o Estado tem de recorrer aos serviços de escritórios privados de advocacia (sempre os mesmos), porque, entre os milhares de juristas dos quadros públicos, não há uma meia dúzia que consiga redigir um contrato em que o Estado não seja sempre comido por parvo? 
A troika quer reformas estruturais? Ora, imponha ao Governo que faça uma lei retroactiva - sim, retroactiva - que declare a nulidade e renegociação de todos os contratos celebrados pelo Estado com privados em que seja manifesto e reconhecido pelo Tribunal de Contas que só o Estado assumiu riscos, encaixou prejuízos sem correspondência com o negócio e fez figura de anjinho. A Constituição não deixa? Ok, estabeleça-se um imposto extraordinário de 99,9% sobre os lucros excessivos dos contratos de PPP ou outros celebrados com o Estado. Eu conheço vários. 
Quer outra reforma, não sei se estrutural ou conjuntural, mas, pelo menos, moral? Obrigue os bancos a aplicarem todo o dinheiro que vão buscar ao BCE a 1% de juros no financiamento da economia e das empresas viáveis e não em autocapitalização, para taparem os buracos dos negócios de favor e de influência que andaram a financiar aos grupos amigos. 
Mais uma? Escrevam uma lei que estabeleça que todas as empresas de construção civil, que estão paradas por falta de obras e a despedir às dezenas de milhares, se possam dedicar à recuperação e remodelação do património urbano, público ou privado, pagando 0% de IRC nessas obras. Bruxelas não deixa? Deixa a Holanda ter um IRC que atrai para lá a sede das nossas empresas do PSI-20, mas não nos deixa baixar parte dos impostos às nossas empresas, numa situação de emergência? OK, Bruxelas que mande então fechar as empresas e despedir os trabalhadores. Cumpra-se a lei! 
Outra? Proíbam as privatizações feitas segundo o modelo em moda, que consiste em privatizar a parte das empresas que dá lucro e deixar as “imparidades” a cargo do Estado: quem quiser comprar leva tudo ou não leva nada. E, já agora, que a operação financeira seja obrigatoriamente conduzida pela Caixa Geral de Depósitos (não é para isso que temos um banco público, por enquanto?). O quê, a Caixa não tem vocação ou aptidão para isso? Não me digam! Então, os administradores são pagos como privados, fazem negócios com os grandes grupos privados, até compram acções dos bancos privados e não são capazes de fazer o que os privados fazem? E, quanto à engenharia jurídica, atenta a reiterada falta de vocação e de aptidão dos serviços contratados em outsourcing para defenderem os interesses do cliente Estado, a troika que nos mande uma equipa de juristas para ensinar como se faz. 
Tenho muitas mais ideias, algumas tão ingénuas como estas, mas nenhumas tão prejudiciais como aquelas com que nos têm governado. A próxima vez que o careca, o etíope e o alemão cá vierem, estou disponível para tomar um cafezinho com eles no Ritz. Pago eu, porque não tenho dinheiro para os juros que eles cobram se lhes ficar a dever.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Nós por cá

Quase no seguimento do post anterior, porque na verdade todos estes assuntos se tocam, e também no seguimento de ter acabado de ler este post da Blackie, sua realeza, princesa do Limpopo, após termos passado o fim-de-semana na praia do Tofo, Inhambane, com uma bela tropa. Em boa verdade diga-se que para eles foi fim-de-semana de praia e copos, para mim de cama e chá, mas foi bom na mesma.

A verdade é que também nos assustam as notícias chegadas de Portugal. A verdade é que também aqui são conversa constante a cada encontro nosso. A verdade é que se nos metem invariavelmente em cima da mesa todos os medos e preocupações, tanto daqui, como daí.
Porque não é fácil viver num país onde as pessoas que mais tememos são os polícias. Ter que viver com enlatados e água suficientes para uma semana porque nunca se sabe.. Desaprender que as passadeiras são apenas riscos no chão, mesmo quando vamos a conduzir, ou corremos o risco de levar com o carro que nos seguir em cima. Tomar consciência que nem sempre há água, nem sempre há energia, nem sempre há internet, nem sempre há tv, nem sempre há coisas básicas no supermercado, nem sempre há álcool na farmácia, nem sempre há casa-de-banho no hospital. Não vale a pena continuar.

Mas o que passa no facebook são as fotos das mariscadas em praias paradisíacas que custam o mesmo que qualquer jantarada regada no bairro alto, e as fotos com crianças descalças e desdentadas com sorrisos até ao pôr-do-sol. E há quem tenha o desplante de achar que é a isso que se resume o que por aqui se faz.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Mas quem é que aguenta

um estômago destes?
Ao fim do sexto dia sem comer (e que belo avanço levou a dieta) lá fui eu direitinha à Clínica Privada de Maputo. Um pé na Europa, para quem deseja matar saudades.. e um descanso muito maior que o hospital público, não é que tenha tido grandes experiências aqui, mas o provincial de Inhambane não me deixou muito descansada.
Lembro-me de uma vez nas urgências do Amadora-Sintra um senhor berrar porque era inadmissível a casa-de-banho não ter chave, 'onde está o nosso direito de privacidade?' gritava para desconsolo de quem se encontrava realmente doente. Cá para mim é uma medida de segurança, pois a probabilidade de um doente de urgência usar a casa-de-banho e ter um fanico é grande, para além de que quando estamos mesmo mal, que se lixe a privacidade, mas isto sou eu.. Voltando ao hospital de Inhambane, não tinha casas-de-banho. Enquanto esperava pelos resultados do teste da malária fui num instante ao outro lado da rua, atrás de um arbusto.
Mas na verdade, abala-nos muita coisa quando estamos em solo diferente e com tanta história e dificuldade que em tom de brincadeira partilhamos no café. Falta-nos uma segurança real, um aconchego de que se alguma besta fizer alguma coisa errada vamos ter a oportunidade de chamar alguém que lhe seja superior e remediar alguma coisa. Aqui as bestas são muitas vezes ao contrário. São bestas que lutam com o que não têm e com o que não sabem para casmurramente tentar fazer um pouco mais. E quanto a isto, não podemos fazer muito, mesmo quando lutamos pela nossa saúde, em extremo, pela nossa sobrevivência. Resta-nos ter coragem, ou resta-nos desistir e voltar à nossa zona de conforto.



quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Viver no mato é..

ter que esperar que os morcegos saiam da minha casa-de-banho para a sua volta de fim de tarde para eu poder fazer xixi.

domingo, 30 de setembro de 2012

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Hoje

Hoje doo por dentro. Hoje tenho saudades. Hoje cai-me em cima esse país inundado de cinzento mas que na memória só me lembra o sol no Tejo. Hoje sou pequena, minúscula, e não tenho vontade do que quer que seja. Hoje caio em mim como me caem as lágrimas e o suor. Hoje não sirvo para nada, nem quero. Hoje é só isto porque nada mais há.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Ganhei mais um canto

E centro para golo.
Perco a conta aos cantos que ganho e há dias em que não caibo em mim. Obrigada.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Com todas as letras


"Vão-se foder"

Descobri este texto de uma portuguesa de 32 anos, uma cidadã que diz o que sente e pensa a partir da sexta-feira passada. É um texto impressionante, que vivamente recomendo. Leiam, por favor, até ao fim.

"Vão-se foder.
Na adolescência usamos vernáculo porque é “fixe”. Depois deixamo-nos disso. Aos 32 sinto-me novamente no direito de usar vernáculo, quando realmente me apetece e neste momento apetece-me dizer: Vão-se foder!
Trabalho há 11 anos. Sempre por conta de outrém. Comecei numa micro empresa portuguesa e mudei-me para um gigante multinacional.
Acreditei, desde sempre, que fruto do meu trabalho, esforço, dedicação e também, quando necessário, resistência à frustração alcançaria os meus objectivos. E, pasme-se, foi verdade. Aos 32 anos trabalho na minha área de formação, feliz com o que faço e com um ordenado superior à média do que será o das pessoas da minha idade.
Por isso explico já, o que vou escrever tem pouco (mas tem alguma coisa) a ver comigo. Vivo bem, não sou rica. Os meus subsídios de férias e Natal servem exactamente para isso: para ir de férias e para comprar prendas de Natal. Janto fora, passo fins-de-semana com amigos, dou-me a pequenos luxos aqui e ali. Mas faço as minhas contas, controlo o meu orçamento, não faço tudo o que quero e sempre fui educada a poupar.
Vivo, com a satisfação de poder aproveitar o lado bom da vida fruto do meu trabalho e de um ordenado que batalhei para ter.
Sou uma pessoa de muitas convicções, às vezes até caio nalgumas antagónicas que nem eu sei resolver muito bem. Convivo com simpatia por IDEIAS que vão da esquerda à direita. Posso “bater palmas” ao do CDS, como posso estar no dia seguinte a fazer uma vénia a comunistas num tema diferente, mas como sou pouco dado a extremismos sempre fui votando ao centro. Mas de IDEIAS senhores, estamos todos fartos. O que nós queríamos mesmo era ACÇÕES, e sobre as acções que tenho visto só tenho uma coisa a dizer: vão-se foder. Todos. De uma ponta à outra.
Desde que este pequeno, mas maravilhoso país se descobriu de corda na garganta com dívidas para a vida nunca me insurgi. Ouvi, informei-me aqui e ali. Percebi. Nunca fui a uma manifestação. Levaram-me metade do subsídio de Natal e eu não me queixei. Perante amigos e família mais indignados fiz o papel de corno conformado: “tem que ser”, “todos temos que ajudar”, “vamos levar este país para a frente”. Cheguei a considerar que certas greves eram uma verdadeira afronta a um país que precisava era de suor e esforço. Sim, eu era assim antes de 6ª feira. Agora, hoje, só tenho uma coisa para vos dizer: Vão-se foder.
Matam-nos a esperança.
Onde é que estão os cortes na despesa? Porque é que o 1º Ministro nunca perdeu 30 minutos da sua vida, antes de um jogo de futebol, para nos vir explicar como é que anda a cortar nas gorduras do estado? O que é que vai fazer sobre funcionários de certas empresas que recebem subsídios diários por aparecerem no trabalho (vulgo subsídios de assiduidade)?… É permitido rir neste parte. Em quanto é que andou a cortar nos subsídios para fundações de carácter mais do que duvidoso, especialmente com a crise que atravessa o país? Quando é que páram de mamar grandes empresas à conta de PPP’s que até ao mais distraído do cidadão não passam despercebidas? Quando é que acaba com regalias insultosas para uma cambada de deputados, eleitos pelo povo crédulo, que vão sentar os seus reais rabos (quando lá aparecem) para vomitar demagogias em que já ninguém acredita?
Perdoem-me a chantagem emocional senhores ministros, assessores, secretários e demais personagem eleitos ou boys desta vida, mas os pneus dos vossos BMW’s davam para alimentar as crianças do nosso país (que ainda não é em África) que chegam hoje em dia à escola sem um pedaço de pão de bucho. Por isso, se o tempo é de crise, comecem a andar de opel corsa, porque eu que trabalho há 11 anos e acho que crédito é coisa de ricos, ainda não passei dessa fasquia.
E para terminar, um “par” de considerações sobre o vosso anúncio de 6ª feira.
Estou na dúvida se o fizeram por real lata ou por um desconhecimento profundo do país que governam.
Aumenta-me em mais de 60% a minha contribuição para a segurança social, não é? No meu caso isso equivale a subsídio e meio e não “a um subsído”. Esse dinheiro vai para onde que ninguém me explicou? Para a puta de uma reforma que eu nunca vou receber? Ou para pagar o salário dos administradores da CGD?
Baixam a TSU das empresas. Clap, clap, clap… Uma vénia!
Vocês, que sentam o já acima mencionado real rabo nesses gabinetes, sabem o que se passa no neste país? Mas acham que as empresas estão a crescer e desesperadas por dinheiro para criar postos de trabalho? A sério? Vão-se foder.
As pequenas empresas vão poder respirar com essa medida. E não despedir mais um ou dois.
As grandes, as dos milhões? Essas vão agarrar no relatório e contas pôr lá um proveito inesperado e distribuir mais dividendos aos accionistas. Ou no vosso mundo as empresas privadas são a Santa Casa da Misericórdia e vão já já a correr criar postos de trabalho só porque o Estado considera a actual taxa de desemprego um flagelo? Que o é.
A sério… Em que país vivem? Vão-se foder.
Mas querem o benefício da dúvida? Eu dou-vos:
1º Provem-me que os meus 7% vão para a minha reforma. Se quiserem até o guardo eu no meu PPR.
2º Criem quotas para novos postos de trabalho que as empresas vão criar com esta medida. E olhem, até vos dou esta ideia de graça: as empresas que não cumprirem tem que devolver os mais de 5% que vai poupar. Vai ser uma belo negócio para o Estado… Digo-vos eu que estou no mundo real de onde vocês parecem, infelizmente, tão longe.
Termino dizendo que me sinto pela primeira vez profundamente triste. Por isso vos digo que até a mim, resistente, realista, lutadora, compreensiva… Até a mim me mataram a esperança.
Talvez me vá embora. Talvez pondere com imensa pena e uma enorme dor no coração deixar para trás o país onde tanto gosto de viver, o trabalho que tanto gosto de fazer, a família que amo, os amigos que me acompanham, onde pensava brevemente ter filhos, mas olhem… Contas feitas, aqui neste t2 onde vivemos, levaram-nos o dinheiro de um infantário.
Talvez vá. E levo comigo os meus impostos e uma pena imensa por quem tem que cá ficar.
Por isso, do alto dos meus 32 anos digo: Vão-se foder"

domingo, 9 de setembro de 2012

Dia 115

(Dia 115 e acabam-se as fotos diárias e provavelmente o blog paralelo, que era a razão de não conseguir chegar a todas as aldeias.)

Para além das datas de aniversários que nos começam a encher a agenda, parece que a vida se vai encarregando de a ajudar a encher também. Já passaram quatro anos da minha ida para Londres e quase quase cinco que deixei de fumar. E apertam-se ainda datas de outros sítios onde estive, de gente que conheci, de cheiros, de sorrisos, de dores, de lágrimas e de tantas outras coisas que consigo enfiar nas míseras vinte e quatro horas que têm os meus dias.
Cento e quinze dias depois sinto-me mais que em casa, acompanhada e prontinha para assentar arraiais. A ver vamos quanto dura esta estadia, a ver vamos o que o universo tem por aí a pairar.
E parece que fiz mesmo as pazes com o tango. 'It takes two baby, it takes two!'

sábado, 8 de setembro de 2012

Dia 114


Sonhei contigo. Estavas com uma boina vermelha e um cachecol condizente com que nunca te vi. Estavas bonito, velho e cansado, mas sorriste quando olhaste para mim.
Os dias difíceis, para além de lágrimas, têm-me trazido alguma paz de espírito na hipótese de te perder que nunca tinha encontrado. Mas para que conste, quero muito voltar a ver-te, se puder ser.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Dia 113


Toda a gente que me conhece sabe que, entre outras coisas, quando defendo uma causa sou bruta e perco por vezes as estribeiras à medida que se me exalta a veia do pescoço.
Não sei se por estar mais velha, ou mais calma, ou numa realidade diferente em que a vida tem outro valor, estranho a violência com que por vezes se apregoa paz.
Sou contra as touradas desde que me lembro de ser gente e apesar da atrocidade a que todo o assunto me cheira, não me é indiferente o facto de ver escarrapachadas no facebook frases que respondem ao maltrato de animais com maltratos das mães dos toureiros e ameaças diversas. Eu também acho que é uma actividade irracional e parva, como a caça. O prazer de matar ou torturar, por muito tradicional e intrínseco que seja, não se desvia da morte, nem da tortura. Mas não teremos que manter os limites em cima da mesa? 'Vai espetar a tua mãe'? A sério que é isto que se quer exprimir? A mim basta-me que parem com as touradas, dispenso a parte de espetarem o que quer que seja, seja em quem for.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Dia 112


As primas. Porque não existem coincidências. E porque existem coisas assim, desde o primeiro minuto.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Dia 110



Nunca estive tempo tempo sem ir a casa. Cento e dez dias depois continuo contente ao pé dos pretinhos, como todas as semanas me pergunta a Alexandrina, e continuo com uma vontade monstra de ficar. Aqui tenho um pé nas crianças, outro nas viagens, uma mão estendida e outra a segurar-me à vida. um olho no mar e outro na quantidade de gente que tenho conhecido. Sobretudo tenho o coração cheio.

sábado, 1 de setembro de 2012

Dia 107



Assim à português, é pedirem-nos 2400 rands no melhor hotel da Swazilandia, propormos 700 e fecharmos por 750. De seguida ir ao quarto a correr trocar o traje e enfiar os costados no jacuzzi exterior (acabei de aprender que costados significa também cada um dos quatro avós) que já estava fechado há cinco minutos. Pelo meio comemos muito bem num restaurante que não me lembro o nome. Tão bem que almoçámos e jantámos lá no mesmo dia. E pronto, foi assim o fim-de-semana do rei.