quarta-feira, 19 de junho de 2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Tudo é possível

É possível agendar um jantar de amigos com dois meses de antecedência? É.
E um almoço de família? Também.
Com locais e horas definidos? Ao milimetro.
Com lista de pessoas a convidar? Pois claro.
E pronto, estou toda contente só de olhar para a agenda.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

As ONG


Tenho arrastado (o termo será 'adiado', eu sei, mas há  dezenas de coisas que apontei há meses, e têm sido, literalmente, arrastadas de semana para semana) na agenda escrever alguma coisa no blog sobre ONG. Mas a verdade é que nem sei bem o que escrever dado que é um assunto sobre o qual a minha opinião vai mudando à medida que o tempo passa..
Um dia destes, num braai, ouvi que as ONG são óptimas para os queques. Vêm um mês para África, pagam um dinheirão para dormir no chão e comer porcarias e ao fim de um mês voltam para casa a achar que mudaram o mundo quando não mudaram coisa nenhuma.
É mentira? Não. Fazer voluntariado, pelo conhecimento que tenho, fica para cima de um balúrdio. Pagam-se as viagens, as deslocações, a estadia, a comida e ainda uma doação à instituição. Não sei se é assim em todas, espero que não.
Não posso, ou não devo (e não vou), falar do meu caso específico. Primeiro porque ainda nem tinha saído de Portugal e já me estavam a dizer que não o podia fazer. Segundo, porque não ia ser nada bonito.
Mas a questão prende-se com várias frentes. Com a efectiva entrega de bens e ajudas a quem precisa. Com a pertinência e real necessidade dessas ajudas. Com os meios utilizados para atingir fins. Por aí fora..
Por exemplo, quando em Portugal juntamos livros escolares para mandar sabe Deus para onde, será que nos lembramos que o conteúdo programático pode (pois que é mesmo) ser diferente? Será que temos o cuidado de pôr de parte os livros da nossa história (que conta uma versão diferente da história de outros povos, que pode não querer sequer ouvir falar na nossa)? Será que nos lembramos que em Portugal também há crianças a estudar que vão agradecer os livros, porque mesmo que não passem fosse poupam um ordenado aos pais?
Aprofundando mais um pouco, no caso moçambicano, as crianças não precisam de mochilas nem de lápis e canetas (felizmente em Maputo a realidade já não é esta) porque não têm livros para carregar para a escola, nem cadernos para escrever. As suas preocupações são carregar água para beber e para tomar banho. Tomar conta dos irmãos mais novos. Ir para a machamba ajudar a mãe.
Os professores, com sorte, têm um livro que partilham com todos os alunos e um quadro para escrever.
Da última vez que estive em Portugal, em conversa com uma pessoa que admiro muito e há muitos anos, e que conhece bem este país, apercebi-me da gravidade desta situação. Deste povo que é subnutrido desde a fecundação. Um povo que é carregado numa barriga trabalhadora com fome e com sede. Quanto não paga um corpo no seu desenvolvimento?
Mas voltando às ONG, para ajudar, há uma boa percentagem de gente que vem voluntariar por alguma razão paralela. Desamores e depressões são mato. E aliar isto a uma mudança radical de vida, de alimentação e de ambiente, pode ser uma maravilha ou pode ser o fim do mundo em cuecas.
Não vou nem tocar nas convicções e objectivos de quem forma e gere organizações em sítios destes a partir da outra ponta do mundo, a ponta limpinha. Aí estarei a ser, certamente, muito injusta com algumas almas caridosas.
E qual foi a organização que se lembrou de vir pintar passadeiras para Moçambique? Só quem cá nunca meteu os pés e quase foi abalroado é que não sabe que são de tinta invisível. Pergunto-me para quê gastar dinheiro com isto e com tantas outras coisas se no final do dia, nada mudou. Nada.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Post mortem facebook


Tenho como amigos no facebook duas pessoas que já morreram. Tinha três mas esse perfil foi rapidamente apagado.
O que se faz quando se perde alguém e se fica com um facebook nas mãos? Não sei.. mas a verdade é que nem sequer foi só uma vez que escrevi no mural do Cabral depois de ele ter partido. E a verdade é que tenho a sensação que quando falo com ele por ali, ele me está a ler, eventualmente a ouvir. E quantos outros amigos não fazem o mesmo.. até a mãe e a pequena (acho que ela já não é nada pequena mas ele sempre a tratava como tal) irmã. Ainda o tenho na minha lista de contactos, no BBM e no Whatsapp, e apagá-lo não faz, pelo menos não tem feito até agora, sentido nenhum.
Quando eu morrer não apaguem o meu facebook. Vai ser nice se puder ver as minhas fotos de vez em quando para me lembrar como tive uma vida boa :)
Em tom de exigência, por favor, se descobrirem a minha pass, não façam publicações nem likes por mim, que é o que acontece com o outro caso destes que tenho no facebook. É surreal.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Histórias de Áfricas

Na Damaia, há uns anos valentes, tinha a minha mãe um Fiat Uno, descobrimos que um sem-abrigo utilizava o nosso carro para dormir. Nunca soubemos quem era o dito que nunca tirou nada nem nunca sujou nada, mas que tomava a liberdade de abrir o carro (que sempre foi famoso pela sua abertura fácil) para poder dormir mais aconchegado.
Mas a história recente é em Maputo, numa África mais verdadeira.
Há uns dias apanhei boleia com uma amiga, a M. (não vou escrever o nome porque de momento nem lhe posso pedir autorização visto estar a sobrevoar uma qualquer parte do mundo para ir festejar os Santos Populares onde eu também devia ir, a Lisboa) e tive que meter alguma tralha no porta-bagagens. A carrinha dela é de cabine simples independente da caixa traseira e tinha lá um caixote de papelão com umas tralhas arrumadas que me prenderam o olhar. 'É do meu amigo que dorme aqui..', disse a M. 'Ok.., que giro, a minha mãe tem uma história parecida com esta, de há uns anos.'. 'Eu tenho um episódio maravilhoso.. no outro dia saí durante a semana para jantar com o M. (Também não vou revelar o nome) e não reparei que o coitado já estava a dormir.. no dia a seguir: -Senhora, como estava confuso ontem! Acordei e não sabia onde estava.. nem saí do carro com medo de me perder. A senhora havia de voltar para casa..'.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A minha agenda

Uma das coisas mais difíceis na vida de emigrante é ter que enfiar tarefas na agenda nos dias em que  se vai estar na outra casa. É só em Agosto mas vou começar a fazer a lista, o passo a seguir é alguma coisa parecida com o Tetris.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

'Se uma gaivota viesse trazer-me o céu de Lisboa'

Se por uma eternidade me deixasse cair sobre as colinas. Onde nada parece hoje fazer sentido. 'Fosse quem sabe o primeiro'.

sábado, 1 de junho de 2013

Na rádio, a propósito do dia da criança

- Gostava das brincadeiras que tinha quando era criança?
- Gostava muito, mas hoje as crianças já não brincam na rua, ficam em casa no facebook..
- Pois, são os adventos da modernidade!




advento 
(latim adventus, -us, chegada, vinda, aproximação) 

s. m.
1. Chegada, vinda; exaltação; princípio.

2. Período das quatro semanas que precedem o Natal.