quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

domingo, 19 de dezembro de 2010

Mais uma noite para comemorar


Desta vez sem poemas. Daqueles que se viram contra o feiticeiro nem que catorze anos volvidos.
Obrigada a cada um que tornou possível esta noite mágica e especial. Obrigada.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Hoje é o dia!



Há dias fáceis e difíceis. Um amigo muito bem e um amigo muito mal. Pela mesmíssima razão. Há o sushi e o vinho acabado de chegar. Há o choro e as perguntas sem fim. Há o frio e a mãe que sente. E o irmão. E há a prenda mais difícil de oferecer. A bengala. Há o telefone com um chat que não pára. E uma repreensão ao lado. Desculpa. E o meu quarto novo como eu queria. E os pés no chão. E no ar. E há a roupa e as unhas. E o jantar com pessoas novas. E comigo nova. E as amigas do chá das 18.30. E  as minhas crianças de quem tenho saudades. E o bairro novo. E aquele cheiro e aquelas árvores . E outra vez o frio. E o conhecimento à bulha com a polivalência. E o sonho aos beijos na esperança. Todas as noites. Safados. E um sorriso que ainda assim se consegue deixar ver. Aos poucos. Simples e sincero. Hoje é o dia.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Quando for velhinha ainda hei-de ouvir Xutos



Foi este o alinhamento de hoje

Contentores
Quem é quem
À minha maneira
Não sou o único
Mundo ao contrário

Superjacto
Perfeito vazio
Prisão em si
Avé maria
Alta rotação
Dia de s. receber
Chuva dissolvente
Circo de feras
Homem do leme
Maria


Vida malvada
Ai se ele cai
Casinha

sábado, 11 de dezembro de 2010

Devem-me dinheiro. Quero de volta o meu dinheiro!

Por Mário Crespo




José Sócrates em 2001 prometeu que não ia aumentar os impostos. E aumentou. Deve-me dinheiro. António Mexia da EDP comprou uma sinecura para Manuel Pinho em Nova Iorque. Deve-me o dinheiro da sinecura de Pinho. E dos três milhões de bónus que recebeu. E da taxa da RTP na conta da luz. Deve-me a mim e a Francisco C. que perdeu este mês um dos quatro empregos de uma loja de ferragens na Ajuda, onde eu ia e que fechou. E perderam-se quatro empregos. Por causa dos bónus de Mexia. E da sinecura de Pinho. E das taxas da RTP.
Aníbal Cavaco Silva e a família devem-me dinheiro. Pelas acções da SLN que tiveram um lucro pago pelo BPN de 147,5 %. Num ano. Manuel Dias Loureiro deve-me dinheiro. Porque comprou, por milhões, coisas que desapareceram na SLN e o BPN pagou depois. E eu pago pelo BPN agora. Logo, eu pago as compras de Dias Loureiro. E pago pelos 147,5% das acções dos Silva. Cavaco Silva deve-me muito dinheiro.
Por ter acabado com a minha frota pesqueira em Peniche e Sesimbra e Lagos e Tavira e Viana do Castelo. Antes, à noite, viam-se milhares de luzes de traineiras. Agora, no escuro, eu como da Pescanova que chega de Vigo. Por isso Cavaco deve-me mais robalos do que Godinho alguma vez deu a Vara. Deve-me por ter vendido a ponte que Salazar me deixou e que eu agora pago à Mota Engil.
António Guterres deve-me dinheiro porque vendeu a EDP. E agora a EDP compra cursos em Nova Iorque para Manuel Pinho. E cobra a electricidade mais cara da Europa. Porque inclui a taxa da RTP para os ordenados e bónus da RTP. E para o bónus de Mexia.
A PT deve-me dinheiro. Porque não paga impostos sobre tudo o que ganha. E eu pago. Eu e a D. Isabel que vive na Cova da Moura e limpa três escritórios pelo mínimo dos ordenados. E paga Impostos sobre tudo o que ganha. E ficou sem abonos de família. E a PT não paga os impostos que deve e tenta comprar a estação de TVI que diz mal do Primeiro-ministro.
Rui Pedro Soares da PT deve-me o dinheiro que usou para pagar a Figo o ménage com Sócrates nas eleições. E o que gastou a comprar a TVI. Mário Lino deve-me pelos lixos e robalos de Godinho. E pelo que pagou pelos estudos de aeroportos onde não se vai voar. E de comboios em que não se vai andar. E pelas pontes que projectou e que nunca ligarão nada.
Teixeira dos Santos deve-me dinheiro porque em 2008 me disse que as contas do Estado estavam sãs. E estavam doentes. Muito. E não há cura para as contas deste Estado. Os jornalistas que têm casas da Câmara devem-me o dinheiro das rendas. E os arquitectos também. E os médicos e todos aqueles que deviam pagar rendas e prestações e vivem em casas da Câmara, devem-me dinheiro.
Os que construíram dez estádios de futebol devem-me o custo de dez estádios de futebol. Os que não trabalham porque não querem e recebem subsídios porque querem, devem-me dinheiro. Devem-me tanto como os que não pagam renda de casa e deviam pagar. Jornalistas, médicos, economistas, advogados e arquitectos deviam ter vergonha na cara e pagar rendas de casa. Porque o resto do país paga. E eles não pagam. E não têm vergonha de me dever dinheiro.
Nem eles nem Pedro Silva Pereira que deve dinheiro à natureza pela alteração da Zona de Protecção Especial de Alcochete. Porque o Freeport foi feito à custa de robalos e matou flamingos. E agora, para pagar o que devem aos flamingos e ao país, vão vendendo Portugal aos chineses. Mas eles não nos dão robalos suficientes, apesar de nos termos esquecido de Tien Amen e da Birmânia e do Prémio Nobel e do Google censurado.
Apesar de censurarmos, também, a manifestação da Amnistia, não nos dão robalos. Ensinam-nos a pescar dando-nos dinheiro a conta gotas para ir a uma loja chinesa comprar canas de pesca e isco de plástico e tentar a sorte com tainhas. À borda do Tejo. Mas pesca-se pouca tainha porque o Tejo vem sujo. De Alcochete.
Por isso devem-me dinheiro. A mim e aos 600 mil que ficaram desempregados e aos 600 mil que ainda vão ficar sem trabalho. E à D. Isabel que vai a esta hora da noite ou do dia na limpeza de mais um escritório. Normalmente limpa três. E duas vezes por semana vai ao Banco Alimentar. E se está perto vai a um refeitório das Misericórdias. À Sexta come muito. Porque Sábado e Domingo estão fechados. E quando está doente vai para o centro de saúde às 4 da manhã. E limpa menos um escritório. E nessa altura ganha menos que o ordenado mínimo.
Por isso devem-nos muito dinheiro. E não adianta contratar o Cobrador do Fraque. Eles não têm vergonha nenhuma. Vai ser preciso mais para pagarem. Muito mais. Já.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Actualização da secção da direita: Lista ao pai Natal


As Merrel também foram substituídas e estas já andam por aí, mas não me deixam botar-lhes a unha. Só no Natal.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Dos homens e dos deuses

É a terceira vez que vou ao cinema ver um filme tão mau, mas tão mau, que me venho embora a meio.

domingo, 21 de novembro de 2010

E por falar nele..

SNAPSHOTS

4ª. a Sáb. 21h45 Dom. 16h15


O cenário é o estúdio de Miss Mara: um ecrã negro que ocupa o fundo de cena onde são projectados materiais videográficos, o chão é uma piscina de fotografias. Todo o espaço da cena é atravessado diagonalmente por um trampolim com cerca de um metro de altura. Cada cena tem, do ponto de vista da história que conta, autonomia própria, podendo ser lida independentemente das outras. Contudo, procura-se uma ordenação, um sentido de principiar e de acabar. Às actrizes e aos actores é-lhes sugerida uma permanência como se o teatro entrasse na vida de uma forma, desejavelmente, feliz. Esta disciplina faz parte de uma técnica singular, diferenciada de artista para artista.
Miss Mara anda sempre com uma máquina fotográfica e fotografa sem olhar – é a mão que vê. Veste um casaco comprido da Max Mara, género Corto Maltese. Miss Mara tenta construir possibilidades ficcionais a partir do material fotográfico e cénico disponível.



texto e encenação Carlos J. Pessoadramaturgia David Antunescenografia e figurinos Sérgio Loureirodesenho de luz Miguel Cruzmúsica Daniel Cervantesvídeo Pedro dos Santos e Teresa Azevedo Gomesinterpretação Ana Palma, António Banha, Carolina Sales, David Cabecinha, Dinis Machado, Fernando Nobre, José Neves, Maria João Vicente, Miguel Mendes, Nuno Nolasco, Nuno Pinheiro Tiago Lameirasco-produção Teatro Nacional D. Maria II, Teatro da Garagem e Teatro Municipal de Bragança


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Obrigadinha oh Miguel..



Disseram-me que ia outra vez à Luz, mas mentiram-me. Fui às Antas. Ou isso, ou tinha ao lado o pai de um menino qualquer muito tatuado que estava a pisar a relva. Aprendi muitas palavras novas. 

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Prós nos contras



Mesmo que não tenham visto o maravilhoso Prós e Contras de ontem, se acharem bem assinem aqui a petição sobre o desperdício alimentar. É relativo a uma tentativa de aproveitamento das 80.000 refeições diárias que vão para o lixo em Portugal. Sim 80.000, não me enganei.
Ouvi também hoje na rádio que, para combater a fome das crianças, escolas em Sintra e noutros 3 ou 4 municípios que não me lembro, têm aberto ao fim-de-semana. Haja governo!

domingo, 7 de novembro de 2010

Uma noite para comemorar

Ou duas. Foi um fim-de-semana de recordações. E é tão bom lembrar coisas que estavam no confim do baú onde guardo todas as boas coisas de guardar. Obrigada João, Pipoca, Fábio, Zé, Inês, Diana, Gustavo, Ricardo, Sérgio, Victor e Cátia. Estou quase lamechas.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Lição do dia:

Lavar os dentes e espirrar deixa tudo cheio de pasta

Não é Catalão Maria, é Basco!

Pedi-llhe para me escrever na língua dele, porque se lhe escrevo em português, ele pode perfeitamente escrever-me em basco. Pensava eu, até ver isto.

Kaixo Maria!
Hemendikan dena trankil dago, momentuz ez daukat lan gehiegi proiektua (zuen tesia) oriandik ez dudalako egin behar baina azken urte hau nahiko aspergarria da, asignatura astunak, jende ezagun gutxi eta daudenak ez dira unibertsitatetik geratzen. Gainera Bilbotik Donostira joan-etorriak egiten hari naiz eta kantsauta nago baina hala ere ondo bizi naiz. Zeanurira Azaroaren 30 baino lehen joango gara baina ez dakit noiz zehatz-mehatz, herriaren argazkiak bidaliko dizkizut ikus dezazun nolakoa den (txikia, oso txikia), etortzen zaretenean erakutziko dizuet! Beno ba ondo segi eta besarkada handi bat!! Goraintziak emon guztioi!! muxus!!


Já tive outra ideia, ele escreve-me em português e eu escrevo-lhe em español. Sempre treino.





segunda-feira, 1 de novembro de 2010

sábado, 30 de outubro de 2010

Culinária para preguiçosos


Bolo de caneca
1 ovo pequeno, 4 colheres de leite, 3 colheres de óleo, 2 colheres rasas de chocolate em pó, 4 colheres rasas de açúcar, 4 colheres rasas de farinha de trigo, 1 colher rasa de fermento em pó.
Coloque o ovo na caneca e bata bem com um garfo. Acrescente o óleo, o açúcar, o leite, o chocolate e bata mais. Acrescente a farinha e o fermento e mexa delicadamente até encorpar e leve 3 minutos ao microondas na potência máxima.

Caneca de pão de queijo
1 ovo pequeno, 4 colheres de leite, 3 colheres de oléo, 1 pitada de sal, 4 colheres de queijo parmesão ralado, 4 colheres de polvilho azedo, 1 colher de fermento em pó, margarina para untar
Bata todos os ingredientes no liquidificador e unte a caneca com margarina, coloque esta mistura até a metade da caneca e leve ao microondas 3 minutos em potência media.

Não é que eu seja preguiçosa..

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Estrelinha

Há dias em que não cabemos na pele com que andamos. E a mim dizem-me assim: possa, tu tens cá uma sorte!




quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Continuação da secção da direita: Lista ao pai Natal

Capacetinho de obra branco




Pois que é feio que dói, mas vai ter que ser. Poupa-me de multas, de galos, de ter que usar um que não seja meu e de assobios. Como extra pode vir um autocolante giro com o tipo de sangue ou outra coisa qualquer. Que não a Kitty.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Nova secção da direita: Lista ao pai Natal

Não lhe posso chamar carta por diversas razões. Porque não lhe vou dedicar palavra alguma, porque não sei de quantas coisas me vou lembrar até ao maravilhoso 25 de Dezembro (e mesmo que sejam só duas já lhe posso chamar lista), porque provavelmente vou ter que a copiar e espetar no frigorífico da minha mãe porque ela não vem ao blog (e quanto mais escrever, mais trabalho tenho a copiar) e, principalmente, porque no fim não vai ser ao Pai Natal que vou dirigir os agradecimentos, mas sim à Mãe Natal. Peço desculpa pelos traumas que possa causar mas, meus amigos, todos deviam saber que o coitado do velho das barbas não existe. Nem os duendes. Só o Rodolfo.

E o meu primeiro membro da lista é:
Uma magnifica frigideira mono-ovo! Eu sei que as há com diversos tamanhos e formas (algumas até censuráveis), mas não, quero mesmo é das simples e pequeninas, do mais 'piqueno' que houver. Sempre quis ter uma frigideira destas..

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Para quem tiver paciência. É sobre a educação.


Por Catarina Fonseca, Activa 10 Fevereiro 2010

Confesso que ia um bocado amedrontada. Afinal, ia entrevistar um dos homens responsáveis por um dos maiores escândalos educativos das últimas décadas, o homem que defendera a urgência do regresso ao poder dos pais contra os todo-poderosos filhos.
Acusado de tudo, de fascista para baixo, o
pediatra líbio-francês Aldo Naouri diz que os pais se demitiram do seu papel de educadores e em vez disso se dedicam a satisfazer a criança, com o único desejo de se fazerem amar. Diz que confundimos frustração com privação. Diz que transmitimos à criança que não só pode ter tudo como tem direito a tudo, içando-a ao topo do edifício familiar, onde ela nunca esteve e onde nunca deveria estar. Diz que um filho hoje não é criado para se tornar ele próprio, mas para gratificar e servir o narcisismo dos pais. Diz que estamos perante uma epidemia que encoraja os pais a seduzirem as crianças, tornando-as assim em seres obsessivos, inseguros, amorfos e emocionalmente ineptos, que não sabem gerir as suas pulsões e são incapazes de encontrar o seu lugar no mundo.
Em resumo, esperava alguém mais parecido com o Deus do Velho Testamento, que me recebesse com raios e coriscos, ou pelo menos uma praga de gafanhotos. Em vez disso, recebeu-me com um sorriso só equivalente ao sol de Lisboa, agarrou-me na mão, perguntou-me por que é que não tinha filhos e assegurou-me que os homens são todos uns egoístas. "Portanto, madame, é só escolher um! São todos iguais!"
Por entre gargalhadas, falou-se de coisas muito sérias, como aquilo que andamos a fazer às crianças. Ora leiam.
- Então, nada de democracia para as crianças?
- Não. É fundamental que estejam numa relação vertical: os pais em cima, as crianças em baixo. Porque há uma diferença entre educar e criar. Criar é dar-lhe os cuidados básicos, dar-lhe banho, alimentá-lo, etc. É como criar galinhas. Educar é haver qualquer coisa que não existe e que é preciso formar. Por isso a criança não está nunca ao mesmo nível dos pais, não pode haver uma relação horizontal. Se quiser compreender o que se passa na cabeça de uma criança numa relação horizontal, imagine o seguinte: você está num avião, e o comandante vem sentar-se ao seu lado. Você pergunta, Mas quem é que está a guiar o avião? E ele diz, 'Ah, é um passageiro da primeira fila que eu pus no meu lugar.' A criança tem necessidade de alguém acima dela.
- As mães não se escandalizam com a mudança de hábitos que lhes aconselha?
- Nada disso. As mães estão petrificadas na sua angústia e precisam de se libertar. Eu digo, 'mas não vale a pena angustiarem-se dessa maneira, ser mãe é muito mais simples do que vocês pensam'. Digo-lhes que não vale a pena viverem preocupadas porque a criança não come, não dorme, ou vai ter ciúmes do irmão. Dou-lhes conselhos básicos e fáceis de seguir e tento fazer com que simplifiquem a máximo as suas vidas. O que eu quero é que a criança seja para os pais uma fonte de prazer e felicidade, e não um foco de sofrimento e angústia, e para que isso aconteça, os pais têm de estar descontraídos.
- As nossas avós não viviam nessa angústia...
- Pois não. Mas viviam num mundo em que havia três tipos de ordem: Deus, Rei e pai. Esse tipo de ordem fazia com que existisse qualquer coisa que as transcendia. Hoje todo o tipo de transcendência desapareceu, e quem ficou no lugar de Deus? A criança. Às mães que põem o filho nesse altar, eu simplifico a tarefa: digo - Não se cansem dessa maneira. Não se preocupem assim. Ponham-se a vocês próprias em primeiro lugar. Claro que não é uma coisa que elas estejam habituadas a fazer, ou sequer a ouvir, mas não é por isso que não podemos dizer-lhes, e não é por isso que elas vão deixar de ser capazes de o fazer. Acredito que vão ser capazes, porque é urgente: a bem das crianças, e a bem delas próprias. É preciso fazer as coisas de maneira tranquila, porque a mãe perfeita não existe, o pai perfeito não existe, a criança perfeita não existe.

- Mas as mães hoje têm uma vida tão difícil, é normal que se culpabilizem
...
- Não é por trabalharem fora de casa que têm de se sentir culpadas. Peço às mães: lembrem-se do vosso primeiro amor. Quando não o viam durante três dias, morriam de saudades. Mas quando o voltavam a ver, assim que batiam os olhos nele era como se nunca se tivessem separado. Com as crianças, é exactamente igual. Quando tornam a encontrar a mãe, é como se ela nunca tivesse partido.
- Diz que os pais esqueceram o seu papel de educadores porque querem ser amados pelas crianças. Por que é que isto acontece?
- Como todas as crianças, tiveram conflitos com os pais. E como todas as crianças, amam-nos mas guardaram muitos ressentimentos. E não querem que os seus filhos tenham esse tipo de ressentimento em relação a eles. E pensam que a melhor maneira de o fazer é seduzir a criança para que ela o ame. O que é um enorme erro. Porque nesse momento, a relação vertical inverte-se. A hierarquia fica de pernas para o ar, e quando isso acontece, destruímos a crianças.
- O problema é que as pessoas confundem autoridade com violência. Autoridade é fazer-se obedecer, não é dar uma palmada, que o senhor aliás desaprova.
- Completamente! Não aprovo palmadas de que género for, nem na mão nem no rabo. Ter autoridade não é agredir a criança. Ter autoridade é dizer: 'Quero isto', e esperar ser obedecido. Quero que faças isto porque eu disse, e pronto. Autoridade é só isto, é assumir o seu dever. Não vale a pena ser violento, aliás porque a criança sente a autoridade. É quando o pai ou a mãe não está seguro do seu poder que a criança tenta ir mais longe. Quando há uma decisão que é assumida pelos pais, ela cumpre-a.
- Uma terapeuta de casal dizia que as pessoas hoje não têm falta de erotismo, dirigem-no é todo para as crianças...

- Sem dúvida. E é isso que é urgente mudar. O slogan 'a criança acima de tudo' deve ser substituído por 'o casal acima de tudo'. A saúde física e psíquica das crianças fabrica-se na cama dos pais. Por que isso não acontece é que há tantos divórcios, e depois a vida torna-se muito mais complicada para a mãe, o pai e a criança. Se elas decidem privilegiar a relação de casal, estão a proteger a criança.

- Educou os seus filhos da forma que defende?

- Sim sim, eu eduquei os meus três filhos tranquilamente. A autoridade significa serenidade, não violência. Ainda hoje, que eles já são mais do que adultos, nos reunimos às vezes para jantar. E no outro dia, falámos sobre as viagens de carro que costumávamos fazer - sempre viajei muito com eles. Quando se portavam mal, eu virava-me para trás e dizia: - Olhem que eu páro o carro e deixo-vos a todos aqui na autoestrada! - Só há pouco tempo é que percebi que eles achavam que eu estava a falar a sério e que seria capaz de os abandonar na estrada! (ri). Tal é a força da autoridade. Mas isso não tem importância, o importante é que funcionava! (ri)

- Diz que o pai tem de ser egoísta mas também diz que uma das tragédias do mundo moderno é a ausência do pai... Qual é então o papel do pai, para lá de ser egoísta?

- Tem duas funções: a primeira é a de possibilitar à mãe o exercício da sua feminilidade. A segunda é a de se oferecer ao filho ou filha como um escudo contra a invasão da mãe. Porque de outra maneira, a mãe vai tecer à volta do seu filho um útero virtual, extensível até ao infinito. O pai não está presente como a mãe, mas é preciso que esteja presente.

- Mas hoje exige-se aos pais que façam uma data de coisas, que mudem fraldas, que ponham a arrotar, que ensinem karaté
...
- Não é preciso. Porque na cabeça das crianças tudo está muito claro: aquela que o filho ama acima de tudo é a mãe, que sempre respondeu às suas necessidades desde que estava na sua barriga. Se alguém lhe diz 'não', mesmo que seja a mãe, para ele a culpa é do pai. Ou quando muito, da não-mãe. No inconsciente de uma criança, o pai não existe. Só há a mãe. O pai tem de se construir, a bem das crianças e a bem da mãe delas.
- Antes de ler este livro não tinha consciência de que as crianças estavam tão perturbadas.
- Li um artigo recentemente do director do centro médico-pedagógico de Paris, que afirmava que em 2008 tinha recebido 394 novas famílias, e que a maior parte tinham problemas psicológicos. No fim da primária, 40% dos alunos ainda não dominam a língua, e isto é grave. E não porque tenham problemas físicos ou sejam burros: é porque não os sabemos educar. Mas é uma tarefa difícil, porque mesmo as instâncias governativas vão no sentido de seduzir a criança. Porque as crianças vendem, são um produto que se compra e se compara. Todo o mundo vai no sentido de deixar a criança fazer o que quer, porque é mais fácil que ela não cresça. Mas o que vai acontecer é que essas crianças, se não travadas, vão crescer e fabricar sociedades absolutamente abomináveis, onde será cada um por si, onde não haverá solidariedade.
- Nem cientistas... É o senhor quem o diz...

- (ri). Apesar de tudo, estou optimista. As pessoas querem saber como podem mudar. Não sou o único a dizer estas coisas, mas digo-as de forma bruta. Tenho 40 anos de experiência com pais e crianças. E é muito fácil mudar, quando começamos a ver a lógica das coisas. Além disso, o que eu pretendo é simplificar a vida das pessoas. Não quero voltar àquilo que se fazia há um século. Não quero pais castradores.

- O que é um pai castrador?

- Não é um pai autoritário, é um pai fraco, intranquilo, desconfortável na sua pele e na sua posição. O que eu digo é, a sua posição como pai ou mãe está assegurada à partida. Só tem de exercê-la. Uma vez, apareceu-me uma mãe muito alarmada porque a filha não dormia. Aconselhei-a a dizer à criança, antes de dormir: 'Podes dormir tranquila. Não preciso mais de ti hoje.' E a criança dormiu a noite toda. Por isso eu digo no fim das consultas, a todas as crianças, tenham elas 1, 7 ou 14 anos, 'Muito obrigado por me teres trazido os teus pais à consulta. Agora podes ficar descansado, eu ocupo-me deles.'
O QUE DEVEMOS FAZER...
Palavra de ordem: não compliquem.
Segundo Aldo Naouri, o esterilizador de biberões não faz sentido, nem desinfectar o mamilo.
- Os biberões devem lavar-se com água quente da torneira.
- As nádegas do bebé devem ser lavadas com água e sabão.
- A roupa do bebé pode ser enfiada na máquina como o resto da roupa de casa.
- Em todas as idades, devem tomar-se as refeições familiares em conjunto.
- Um adolescente pode ir vestido da maneira que bem-entender.
- Petiscar, no caso de um adolescente, não é de condenar, porque precisam de imensas calorias.
E O QUE NÃO DEVEMOS…
- Rituais antes de dormir, como a história ou a cantiga, é para irem à vida. Só servem para ritualizar o medo da criança. Deve-se mandar a criança para o quarto, e aí ela fará o que quiser com o seu tempo.
- Angustiar-nos com as horas de sono. É absolutamente necessário livrarmo-nos da obsessão do número de horas que eles dormem.
- Nunca, em circunstância alguma, se deve obrigar uma criança a comer.
- Biberão, chupeta e objectos de transição devem desaparecer antes do fim do segundo ano da criança.
- Bater nunca: nem na mão nem no rabo.
- Elogiar, só para coisas excepcionais.
- A criança não deve escolher a sua roupa.
- Uma ordem não tem de ser explicada, tem de ser executada. A explicação que é dada ao mesmo tempo que a ordem apaga a hierarquia. Se quiser explicar, só depois da ordem cumprida. A figura parental nunca, mas nunca, tem de se justificar perante o filho.
Para ler:
'Educar os Filhos', Aldo Naouri, Livros d'Hoje

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Envio de mails em Bcc


Sim, para todos aqueles que gostam de alegrar os nossos dias com e-mails do Cristiano Ronaldo grávido ou em cuecas, quedas fenomenais, lamechices orientais e com animaizinhos bebés, actos solidários de doação de medula e sangue, e uma panóplia infindável de coisas com que hoje em dia se gasta o precioso tempo e se oferece o endereço de e-mail dos nossos amigos para publicidade grátis e abusiva.
Sinto-me ridícula por estar a gastar um post com isto, mas realmente tem sido mal aceite o meu pedido para cessação deste tipo de e-mails, que eu não vejo e que me irritam sempre que chega mais um SPAM.
Pelo menos dêem-se ao trabalho de colocar os destinatários em BCC e não no campo de envio normal.
Ah, quanto às medulinhas e sanguinários, dêem sangue de 3 em 3 ou de 4 em 4 meses (consoante o sexo) e aproveitem uma dessas visitas para se registarem na base mundial de dadores de medula. Reencaminhar e-mails não é, de longe, tão eficaz..

Já tem um parágrafo. Um. Pronto a ser revisto e arrasado.


A Revolução Industrial abriu portas à independência dos países anteriormente agrícolas perante os já produtores de objectos manufacturados, fenómeno que transformou radicalmente e a vários níveis as principais estruturas das cidades. Para além das implicações económicas e sociais, também a arquitectura sofreu profundas alterações, arrastando consigo a dinâmica do organismo vivo que é a cidade.

domingo, 17 de outubro de 2010

Contra factos


Andava a passear pelo iPhoto quando decidi fazer um balanço que estava o meu tio a fazer um destes dias quando lá fui a casa. Tenho fotos de 22 casamentos dos quais 6 já não o são. Há uns que me fazem bem lembrar o que não quero, como os fins-de-semanas com crianças. Felizmente outros lembram-me que é possível.

sábado, 16 de outubro de 2010

Proposição que alguém expõe propondo-se discuti-la ou defendê-la





(...) Identidade é o resultado de um confronto contínuo com os outros, que o leva a construir uma representação de si próprio, da sua unidade pessoal, da distinção entre o seu eu e o dos outros, do papel desempenhado na sociedade e da posição ocupada nas hierarquias sociais.


A sociologia da cidade, Alfredo Mela

domingo, 10 de outubro de 2010

Escorropichar

v. tr.1. Pop. Beber até à última gota de.
2. Beber o que está no fundo de.

3. Bras. Pagar contra a vontade.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mais uma petição pública

Fim da atribuição, antes dos 65 anos, das pensões de reforma aos
detentores de cargos públicos e políticos, bem como da sua
acumulação. Assinar aqui.



quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eu e toda a gente

Eu já meti uma sala de cinema a rir com uma só gargalhada
Eu já me perdi mais de cinco vezes a ir para o mesmo sítio
Eu já dei o meu número de telefone a um desconhecido
Eu já disse a uma pessoa a coisa mais difícil de se dizer
Eu já estive deitada no chão de mais de dez cidades
Eu já lavei os dentes numa estação de serviço
Eu já vi uma criança dar o seu primeiro passo
Eu já maquilhei uma noiva que mal conhecia
Eu já saltei de muito muito muito alto
Eu já andei mesmo muito a pé
Eu já menti demasiadas vezes
Eu já cantei num sítio público
Eu já andei descalça na rua
Eu já chorei até vomitar
Eu já fui ao Japão
Eu já fui loira
Eu já fumei

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Marias, há muitas!

Maria, do Nocas (que é um Maria diferente de todos os outros)
Fofa, do tio João e da mãe
Maria Fofa, da Isabelinha
Mary John, do tio Paulo
Johny B, também do tio Paulo
Marie, da Xaninha
Mary, da Drica
Mary Jane, da Martinha
Mári John, da chefona
Majó, no trabalho
Maria Papoila, do Petisquinho
Marôta, do Afonso Henriques
Mia, do Lucas
Maria (com sotaque), da Amy
Mardinha, do Gui
Mijota, da Rita e do Diogo
Jân, do sr Victor do rés do chão
Pita, do Pedro

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Disney


O que eu fui encontrar no Orpheu.. esta colecção (que tive há uns 25 anos) tinha cassetes a contar a história e vinha até apetrechada de um móvel de plástico amarelo. Que saudadinhas.

O meu deu nisto..

Colérico (Emotivo Ativo Primário)
Sobre o Símbolo: a parte maior do Tao, o Yang, prevalece sobre o feminino Yin. Aqui temos uma mistura potencialmente explosiva de instinto e reações rápidas (A parte mais escura). O lado menor feminino encontra-se na regência da Emotividade, mas não recebe sustento permanente (não temos encaixe que segure o lado menor) fazendo com que as pessoas em fase de desarmonia tenham atitudes às vezes impulsivas ou destrutivas. É o símbolo dos altos maravilhosos e dos baixos que podem atrapalhar os relacionamentos.

Sobre o tipo Colérico: Generosos, cordiais, cheios de vitalidade e de exuberância. Otimistas, geralmente de bom humor, têm muitas vezes falta de gosto e de medidas. Sua atividade é intensa e mutante, porém múltipla. Interessam-se pela política; crêem no progresso e são, de bom grado, revolucionários. São dotados geralmente de aptidões oratórias e cheios de impetuosidade e condutores de homens.

Valor dominante: a ação.
O termo Colérico corre o risco de causar confusão, por evocar a idéia de cólera. Ora, se os Emotivos Ativos Primários -E.A.P.- explodem às vezes em cólera violenta. Isso não constitui de modo algum, um traço permanente, nem mesmo dominante de seu comportamento. Também podem ser denominados dinâmicos, visto que a constância de seu ardor pelo trabalho e o extraordinário consumo de energia à qual se entregam constituem sua maior característica.
Os dinâmicos são feitos para a ação improvisada, quer se lancem em um empreendimento sob o efeito do entusiasmo devido a sua emotividade, quer se comprazem com as respostas que se esmeram em dar diante de situações que exigem respostas imediatas. Do mesmo modo, desde que uma tarefa esteja concluída, e algumas vezes, mesmo quando está somente em vias de conclusão, investem em outro sentido.

Também é muito comum vê-los na liderança das ações. São homens ou mulheres, que se revelam nas situações graves e são necessárias grandes infelicidades para derrubá-los. Ainda carregam o segredo das recuperações espetaculares.
O repouso e todas as formas de inatividades lhes incomodam; ao invés de cruzarem os braços, preferem inventar um trabalho. Também isso não deixa de ter seus inconvenientes: a precipitação, o espírito de aventura, a temeridade, a dispersão, a permanente hipertensão, o enfarte os espreitam.

Seus sentimentos sofrem os mesmos excessos e sua constância é problemática. Seus entusiasmos pelas idéias ou pelas pessoas resultam às vezes em condenações inapeláveis que podem ser apenas provisórias.
São inflexíveis com os fracos ou com os hesitantes. Necessitam de companheiros ardentes e infatigáveis como eles. Gostam de rodear-se de muita gente, o que confere variedade e fugacidade aos intercâmbios pessoais por que nutrem verdadeira paixão.
O papel de líder, de político ou de apresentador lhes convém maravilhosamente. Na polaridade desarmônica podem apresentar estados maníaco-depressivos.
A Harmonia predomina nas 3 áreas de sua personalidade. (Mente, Corpo e Espirito) Os ideais, as aspirações e a intelectualidade (A parte superior da letra), encontram se em equilíbrio com a expressão dos sentimentos, o bom senso, a atuação no dia a dia (A parte mediana) e com o aspecto físico, sexual, instintivo do seu ser, a parte "terra" da nossa existência. O balanceamento mostra que as potencialidades estão disponíveis e que o caminho pela estrada da vida será produtivo e apropriado, levando em conta a característica básica que é o tipo psicológico acima descrito. Todos os centros energéticos (chacras) estão abertos e equilibrados.

Há uma necessidade de que seu ponto de vista seja vencedor, de que suas opiniões venham a prevalecer e que seu espaço seja respeitado. Mas está disponível para o dialogo, apelando para o bom senso e o interesse do grupo. Sabe ceder se necessário, mas não abre mão de seu ideal e sua liberdade. Sabe ouvir seus oponentes e argumenta com firmeza mas normalmente com sensibilidade.

Normalmente V. tem independência de espirito. Sabe ficar centrado e embasado nos próprios conceitos e opiniões. Mostra firmeza, estabilidade, indiferença, autocontrole, força de vontade, frieza, reserva, rigidez, individualidade e prudência. Sabe viver aproveitando o momento presente.

sábado, 25 de setembro de 2010

Pessoas



Que letra bonita tens, Maria.
E que caso bicudo por resolver.. estou a ver pelos teus 'erres'. Deve ser do foro sentimental.
E tens um grande instinto maternal, ainda vais ter uns três filhos. Ou talvez mais.
E tens uma afilhada, não tens? É uma menina.
E ambicionas uma família baseada em grandes valores.
(almoço)
Andas preocupada com a decoração do quarto da tua afilhada? E com o teu? Queres aplicar alguma coisa na parede? Um boneco? Cortinados ou uma galeria? Queres.
E os teus filhos? Deixa-me ver a tua mão.
Quatro. Mas não são todos teus. Talvez de um segundo marido, ou uma adopção.
Tens mesmo um grande instinto maternal..
Tenho inveja dessa tua letra bonita.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Get yourself a personality


Não tenho nunca um plano b. Não sou calculista porque nem sequer saberia ter paciência para sê-lo. Não me preocupo tanto como devia com o que os outros estão a pensar ou com o que vão dizer, daí a cinco minutos, nas minhas adoráveis costas.
Sou preocupada com o meu círculo próximo de pessoas e muitas vezes desprezo a envolvente, propositadamente, e de uma maneira muito fria.
Não foi há muito tempo que ouvi na cara que 'para se estar ao teu lado é preciso muita força' e senti-o como um elogio, mas nem sei bem qual foi a intenção.
Sou chata, teimosa e digo muitas vezes coisas que ninguém está à espera.
E hoje vim aqui também para te dizer (não estou a falar com o blog.. ainda não cheguei aí) que tive finalmente vontade de voltar a ser uma peixa, um koala, um samurai, um ser extra-terreno com molas nos pés e todas as minhas peles que fui, a sorrir, para o mundo, desavergonhadamente.
Porque todos os dias crescemos, todos os dias mudamos, mas há que guardar o que de bom e de puro há em nós. Sorrimos, gargalhamos alto, saltamos, respiramos pela barriga, pedimos leite sem agitar e isso define-nos e individualiza-nos nesta salgalhada de gente que  alguém ao mundo deitou.

Get yourself a personality