terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

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Ontem sonhei contigo. Não sonhava contigo há mais de um ano e ontem estavas todo compenetrado numa conferência sobre um novo programa de televisão que, pelos protagonistas, era com certeza uma comédia. Olhaste para mim primeiro com o ar de quem carrega todo este tempo que nos separa e depois esboçaste um sorriso de quem carrega  todo o tempo que nos aproxima.
Tenho pensado em ti porque tens o meu quadro e a minha chave. E eu já fechei a porta mas preciso de a trancar, para que o assunto fique bem arrumado. E é só isso, vamos trancar a porta.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Bons programas

Ontem fui fazer o percurso pedestre Cabo da Roca - Praia Grande. Adorei.

Podem saber mais aqui.



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Coisas tristes de se ver

#1 Fotografias/frases da moda que andam a empestar o facebook

#2 Ter mais de 20 anos e usar roupa/acessórios da Hello Kitty

#3 'Kapas' e 'xis' a rodos nas mensagens escritas e por aí fora

#4 Trocar o passas-te com o passaste

#5 Achar que fazer um 'like' numa foto de uma criança com cancro a vai ajudar de alguma forma

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O que distingue um amigo verdadeiro

by Miguel Esteves Cardoso

'Não se pode ter muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção que se pode dar — todas estas coisas são finitas e têm de ser partilhadas. Não chegam para mais de um, dois, três, quatro, cinco amigos. É preciso saber partilhar o que temos com eles e não se pode dividir uma coisa já de si pequena (nós) por muitas pessoas. 

Os amigos, como acontece com os amantes, também têm de ser escolhidos. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro. A tendência automática é para ter um máximo de amigos ou mesmo ser amigo de toda a gente. Trata-se de uma espécie de promiscuidade, para não dizer a pior. Não se pode ser amigo de todas as pessoas de que se gosta. Às vezes, para se ser amigo de alguém, chega a ser preciso ser-se inimigo de quem se gosta. 

Em Portugal, a amizade leva-se a sério e pratica-se bem. É uma coisa à qual se dedica tempo, nervosismo, exaltação. A amizade é vista, e é verdade, como o único sentimento indispensável. No entanto, existe uma mentalidade Speedy González, toda «Hey gringo, my friend», que vê em cada ser humano um «amigo». Todos conhecemos o género — é o «gajo porreiro», que se «dá bem com toda a gente». E o «amigalhaço». E tem, naturalmente, dezenas de amigos e de amigas, centenas de amiguinhos, camaradas, compinchas, cúmplices, correligionários, colegas e outras coisas começadas por c. 
Os amigalhaços são mais detestáveis que os piores inimigos. Os nossos inimigos, ao menos, não nos traem. Odeiam-nos lealmente. Mas um amigalhaço, que é amigo de muitos pares de inimigos e passa o tempo a tentar conciliar posições e personalidades irreconciliáveis, é sempre um traidor. Para mais, pífio e arrependido. Para se ser um bom amigo, têm de herdar-se, de coração inteiro, os amigos e os inimigos da outra pessoa. E fácil estar sempre do lado de quem se julga ter razão. O que distingue um amigo verdadeiro é ser capaz de estar ao nosso lado quando nós não temos razão. O amigalhaço, em contrapartida, é o modelo mais mole e vira-casacas da moderação. Diz: «Eu sou muito amigo dele, mas tenho de reconhecer que ele é um sacana.» Como se pode ser amigo de um sacana? Os amigos são, por definição, as melhores pessoas do mundo, as mais interessantes e as mais geniais. Os amigos não podem ser maus. A lealdade é a qualidade mais importante de uma amizade. E claro que é difícil ser inteiramente leal, mas tem de se ser.'




Obrigada por teres disponibilizado um espacinho aí. E por teres procurado um aqui.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Coisas boas de se ouvir

#1 'Feliz dia dos namorados. Ainda bem que agora não tens nenhum!' E.

#2 'Se ficares bem entregue vou embora muito mais descansada.' A.

#3 'Ia fazer-me tão bem.. Nós as duas só!' D.

#4 'Vais estar sempre no meu coração, por isso não te preocupes que não te perdes.' F.


Gostei mesmo

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Manuais



Onde está o manual que nos diz como as nossas relações devem ser? Onde está o manual que os nossos pais deviam ter seguido? Onde está o manual dos amigos, dos conhecidos e dos outros todos e do respeito que deve haver entre seres? Onde está o manual das profissões que me impele a largar tudo e ir fazer o que realmente gosto? Onde está? E eu, onde estou? Que mundo é este que construímos exactamente ao lado daquilo em que acreditamos? Onde estou?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Para onde corremos nós?

'Parece-me que, de certa forma, quase todos nós, nas mais diferentes funções e tarefas que desempenhamos, temos a noção de uma progressiva refundação civilizacional: seja na diluição de valores dominantes, na emergência de novos valores, na obsolescência de comportamentos, na ritualização de novas práticas, ou ainda, na crise institucional generalizada e na deslocação de soberanias, no realinhamento geo-político, na emergência de novos actores políticos que se contrapõem ao Ocidente em crise.' Carlos J. Pessoa

Parece-me que gostava de ter sido eu a escrever uma coisa inteligente destas, mas infelizmente não fui.  Parece-me também que, e também infelizmente, nem todos temos essa noção e não a temos porque nos deixamos ir na corrente sem pensar nos porquês das coisas que fazemos.

Para onde corremos afinal? Que se passa no nosso fim-de-semana de tão especial para ansiarmos tanto que chegue? Que fazemos de tão especial o ano inteiro para esperar ansiosamente pelas férias? Racionalmente, responderia que ao fim-de-semana e durante as férias fazemos algo realmente importante para nós que, de certeza, está relacionado com o crescimento do que somos e com a aproximação à meta a que nos propomos chegar. Mas não me parece que seja isso. Acho que deixamos somente o fim-de-semana e as férias para descansar e desanuviar da semana, que, vista assim, parece uma cruz que todos carregamos.
E para onde corremos afinal? Para que vivemos afinal? Se passamos as semanas do ano inteiro a trabalhar porque-tem-que-ser e os fins de semana e férias a descansar  do ano inteiro em que andámos a trabalhar porque-tem-que-ser, que tempo nos sobra? Acho que não sobra nenhum. E tem que sobrar, senão não andamos aqui a fazer nada.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Eu nem sei o que chamar ao post..

A sério que acho uma falta de respeito por parte dos suicidas enfiarem-se nos carris do transportes públicos. Falta de respeito por eles (obviamente), mas também pelos outros. Arre, nunca devem ter ficado uma hora ou duas fechados à espera que venha o médico legista e o pessoal da pá e da vassoura. Eu sei que é um assunto delicado e que 'coitadas' das pessoas que se suicidam.. mas possa, será que se lembram que há pessoas a passar? Que podem eventualmente haver crianças a ver? Que alguém pode levar com destroços na tromba? E o que é que se faz depois de um cenário destes? Como é que se vai dormir ao fim do dia?
Conheço uma pessoa que aos dez anos viu um enforcado e outra que a passar ali na zona da Ajuda ia levando com uma velhota que se atirou de um terceiro andar. Não há nada de digno nisto, mas há tantas outras formas de fazê-lo..
Claro que ninguém devia pôr assim termo à vida, mas já que o fazem, tomem comprimidos! Até porque poupam também a família de ver filmes de terror. E não me alongo mais que isto já me está a fazer comichão.

Queridos suicidas, o povão agradece.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A cor do horto gráfico

Novas entradas:

Prontus Expressão usada para dizer que não há mais nada a acrescentar
Númaro Quantidade, porção. Em alternativa, númbaro
Pitáxio Aperitivo da classe do mindoím
Alevantar Acto de levantar, mas com mais convicção
Amandar Acto de atirar, mas com 'bué' força
Assentar Acto de sentar, só que à bruta
Capom Tampa de motor de carros que quando se fecha faz POM!
Destrocar Trocar várias vezes a mesma nota
Êros Moeda alternativa ao Euro, adoptada por alguns portugueses.
Falastes, dissestes Alternativa à 2ª pessoa do singular (eu falei, tu falastes)
Há-des Verbo 'haver' na 2ª pessoa do singular (eu hei-de, tu há-des)
Determinante possessivo singular masculino
Nha Determinante possessivo singular feminino
Parteleira Local para guardar partos (não confundir com pratos)
Corrimões Elemento de uma escada para apoiar as mões (quem é que acrescentou isto ao dicionário?)
Quaise Por um triz
Stander Local de venda de automóveis
Selada Tomate e alface (esta é da minha Alexandrina)
Levásteso Alternativa à 2ª pessoa do singular. Existem ainda variantes como levástesio e levástelio
Ouvisto Particípio passado para expressar a acção de quem ouve e vê ao mesmo tempo. Atenção, não confundir com 'ouvido', particípio passado do verbo ouvir (cortesia da Rute)

(baseado num texto sem autor)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Eu também continuo contra o Acordo




Antiga Ortografia
Fulano escreve “de acordo com a antiga ortografia”, diz o aviso que acompanha estas crónicas. Eu agradeço que o “Expresso” me permita a objecção de consciência face ao chamado Acordo Ortográfico, e percebo que indique quem segue ou não as novas regras, para evitar confusões; mas suspeito que esta fórmula foi inventada por alguém que pretende colar aos dissidentes o vocábulo “antiga”, como se nós escrevêssemos em galaico-português. Como se a língua que a maioria dos portugueses ainda usa se tornasse por simples decreto “antiga”: antiquada, decrépita, morta.
Eu não sou pela “antiga ortografia” por caturrice. Estou contra o “acordo” porque me parece uma decisão meramente política e económica, sem verdadeiro fundamento cultural. Os legisladores impuseram aos falantes uma “ortografia unificada”, que, dizem, garante a “expansão da língua” e o seu “prestígio internacional”. Mas a expansão da língua passa por uma política da língua, que Portugal, por exemplo, não tem tido, ocupados que estamos em fechar leitorados no estrangeiro, em aplicar uma abominável terminologia linguística nas escolas, em publicar um lamentável Dicionário da Academia, em expulsar Camilo dos currículos enquanto o substituímos por diálogos das novelas. Quanto ao prestígio internacional, lamento informar que foi o sucesso económico, e não a “língua de Camões”, que transformou o Brasil numa potência.

Não é este “acordo” que vai trazer expansão e prestígio ao português. Contenta uns “acadêmicos espertos e parlamentares obtusos”, como escreveu um colunista brasileiro, e alguns editores, que têm bom dinheiro a ganhar com esta negociata. Mas é difícil imaginar que alguém acredite que vem aí uma “unificação da língua” só porque se legislou uma “unificação da grafia”. Um brasileiro continuará a falar uma língua muitíssimo diferente do português de Portugal, diferente em termos de léxico, de sintaxe, de fonética. Um português, com um exemplar do Acordo debaixo do braço, bem pode perorar em Iraguaçu, que alguém lhe continuará a perguntar “oi?”, pois não percebeu metade. E isso não tem problema algum, a “lusofonia” não vale pela unidade mas pela diversidade, pelo facto de haver um português europeu, africano, americano e asiático. E ninguém é dono da língua: nem os brasileiros por serem mais, nem os portugueses por andarem cá há mais tempo, muito menos uns académicos pascácios que dicionarizaram “bué” e “guterrismo”.
É significativo que o próprio “acordo” reconheça o fracasso do projecto de “unificação a língua”. Dadas as flagrantes diferenças entre o português e o brasileiro, os sábios são obrigados a admitir a existência de duplas grafias, uma cá, outra lá [África, para estes iluministas, é paisagem]. Pior ainda, introduzem uma “grafia facultativa” que estabelece como termos lícitos tanto “electrónica” como “eletrónica”, “electrônica” ou “eletrónica”. O linguista António Emiliano deu-se ao trabalho de enumerar em livro os erros, contradições, imprecisões e dislates desta lei iníqua. Leiam-no. E não digam que ninguém avisou.
A minha recusa deste “acordo” não é casuísta nem temperamental. Não se trata apenas de não gostar de ver os espectadores transformados em bandarilheiros “espetadores”; de não perceber como é que os habitantes do “Egito” não são “egícios”; de ficar estupefacto com o “cor-de-rosa” com hífen e o “cor de laranja” sem hífen; de prever os imparáveis espalhanços de um “pára” do verbo “parar” que perde o acento e talvez o assento. É isso mas é mais que isso: eu discordo veementemente do critério fundamental do “acordo”: a primazia da fonética sobre a ortografia.
É verdade que todos falamos antes de sabermos ler e escrever, mas quando aprendemos essas competências sofisticadas interiorizamos uma língua diferente da falada, que nalguns casos nem tem exacta correspondência fonética mas que se liga a uma memória histórica e cultural. Quando aprendemos a ler, fixamos a forma gráfica das palavras, uma forma que memorizamos e que nos acompanha a vida toda, de modo que nunca mais lemos letra a letra, mas reconhecemos de imediato uma grafia aprendida há muito, “antiga”, sim, muito antiga. A ortografia não é uma transcrição fonética, nem podia ser, dadas as variantes do português falado. Ou nas pronúncias regionais. Como escreveu Emiliano, não vamos criar uma “ortografia do Alto Minho” só porque a pronúncia de Caminha é diferente da pronúncia de Cascais. Ou de Curitiba.
E não me digam que são pouquíssimas as palavras alteradas: procure quantas vezes neste jornal aparece ação, ator, atual, coleção, coletivo, diretor, fato, letivo, ótimo, e repare que são algumas das mais usadas. É por isso que o cavalo de Tróia das “consoantes mudas” deve ser denunciado. Em primeiro lugar porque não são mudas coisíssima nenhuma: abrem as vogais precedentes, e numa língua danada por fechar vogais. Depois, porque não são inúteis, ajudam a distinguir termos homógrafos e indicam a etimologia de palavras afins. Fazem sentido, ao contrário do “acordo”.
Dizem os acordistas que a nova ortografia “simplifica” e “facilita a aprendizagem”. Toda a gente sabe o que significa “facilitar a aprendizagem”, e os resultados que isso deu no ensino. E se a intenção é “simplificar”, que tal escrevermos todos em linguagem de telemóvel? Por mim, continuarei antigo.
Artigo da autoria de Pedro Mexia publicado na edição de 14.01.12., no jornal Expresso.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Essa gente, com mais qualquer coisa



Não tenho fotos do dia de hoje, mas há por aí algumas. Estou cansada e ardem-me os olhos mas não tenho sono e apetece-me ficar aqui à lareira. São dias como este que me fazem sentir viva e fora do carreiro. Tenho tido a sorte de conhecer pessoas diferentes que, muitas vezes inconscientemente, se apaixonaram e deixaram levar pela própria vida e estas, têm realmente mais qualquer coisa. É apaixonante a dedicação e disponibilidade, de tal modo que nos pegam este vício como se de uma bactéria se tratasse e quando damos por nós queremos saber tudo. Tenho perfeita noção que vou ter muitas saudades destes meses que me estão a tirar a vida social e muitas horas de sono e que, afinal, estão a passar tão rápido. Sinto empapado o cérebro com tanta informação de tanto lado. Sinto os tríceps doridos e as costas moídas. Mas sinto tudo cá dentro a encontrar um lugar em cada gaveta e o turbilhão em que me propus tornar a afrouxar a cada dia que passa. Presumo que seja a bonança. Gente com mais qualquer coisa. Foi realmente bom este dia.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

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Há dias em que não sei o que fazer comigo. Onde caberá isto tudo, que eu não vejo invólucro?

A minha avó é a maior #590

Disse há bocado a Alexandrina:
Tens aqui estes cinco euros para meteres gasóleo amanhã. E ai de ti que vás de comboio, que está muito muito frio!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Pois é!

No café, se alguém me perguntar o típico 'o que é que tens feito?', terei que responder algo relacionado com motobombas e arrombamento de portas.. não me parece nada entusiasmante, mas é a vida!