sexta-feira, 29 de abril de 2011

Mundo

É a ligação, disseram-me. É a ligação que me mantém viva. Às madeiras, aos outros, às escadas, aos cheiros, às cores, aos infinitos. É o inspirar. O meu inspirar. É um olhar pesado. Apertado. Porque nem sempre se funciona a beijos ou a abraços. E eu não sei ser de outra maneira. Dessa maneira. Escorrem-se-me os anos nos poros porque tudo é para aprender. Escorrem-se-me as lágrimas carregadas que teimam em não levar a areia. Mas vão ter que a levar. Grão por grão. E essa vetustez a que não dou tréguas vai esvair-se a sangue frio. Mas vai. Porque dói demais. E eu não vou estar mais aqui. À espera de mim própria.

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