domingo, 20 de novembro de 2011

112



Hoje tive o privilégio de visitar as instalações da central 112 de Lisboa (na Av. António Augusto Aguiar) e de dar umas boas gargalhadas. Infelizmente, ao fim de quase 30 anos de vida, dei-me conta da realidade que é o nosso número de emergência nacional.
Num briefing inicial foi-nos transmitido que, já com alguma margem, 75% das chamadas feitas para aquele número são falsas ou desapropriadas, o que achei que era uma valente treta pois ninguém se põe a brincar com o 112, muito menos para fazer perguntas parvas, até que entrei para a sala onde quatro agentes da PSP recebiam então os ditos telefonemas. No que diz respeito a chamadas feitas a partir de dispositivos fixos, a localização e posterior responsabilização (ou mesmo envio de um carro patrulha ao local) são possíveis, mas o mesmo não acontece com chamadas feitas através de telemóveis.
Consigo dizer que do tempo que lá estive noventa e cinco porcento das chamadas recebidas foram desaquadas ou de crianças parvas a gozar com quem trabalha e, pior, a ocupar a linha de emergência nacional. Será que nem dá educaçãozinha a estas bestas? Será que é preciso perder muito tempo a explicar a uma criancinha que se um dia quiserem ligar para o 112 porque o avô está a enfartar e a linha estiver ocupada é muito bem feito? Será que é mesmo preciso sensibilização para tudo e mais música? Será que as pessoas não pensam na vida e no que andamos cá todos a fazer? (Nem vou falar no caso do Guilherme Martins, que não tem culpa de viver num país que só se move para ser dador de medula quando um filho de um jogador da bola tem um mês de vida).
Fui eu que ouvi hoje, ninguém me contou, pessoas a ligar para o 122 em português correcto para saber onde é que se pode dar sangue, qual o número das informações e em que dia estávamos.
Façam favor de dizer às criancinhas que se ligarem para o 112 alguém os vai obrigar a comer sopa de espinafres ao pequeno almoço até ficarem velhos. Quanto aos graúdos não vejo safa possível, mas assim como quem não quer a coisa, se os virem fazer barbaridades destas.. dêem-lhes uns valentes caldos.

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