terça-feira, 12 de julho de 2011

Sapinho

Porque não há, decididamente, coincidências e porque ontem foi um dia cheio, tive conhecimento de uma associação que hoje já me fascinou com um excerto que tem na página inicial do blog. Uma associação para pessoas grandes o lado de dentro. Fica aqui o excerto e a ligação.





- Quem és tu? - perguntou o principezinho. - És bem bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Anda brincar comigo - pediu-lhe o principezinho. – Estou tão triste...
- Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Ainda ninguém me cativou...
(...)
- O que significa "cativar"?
(...)
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. – Significa criar laços.
- Criar laços?
(...) ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou se não uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me cativares, passaremos a precisar um do outro. Passarás a ser único no mundo para mim. (...)

(...) se tu me cativares, será como se o sol iluminasse a minha vida. (...) Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? (...) os teus cabelos são da cor do ouro. Por isso, quando me tiveres cativado, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti.
(...)
- Só se conhecem as coisas que se cativam - disse a raposa. - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. (...) Se queres um amigo, cativa-me!
- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência.
(...)
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a vestir o meu coração...(...)

Foi assim que o principezinho cativou a raposa. (...)

- Anda, vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo. (...)
O principezinho foi ver outra vez as rosas.
- Vocês não são nada parecidas com a minha rosa! (...) Ainda ninguém vos cativou e vocês não cativaram ninguém. (...) Claro que, para um transeunte qualquer, a minha rosa é perfeitamente igual a vocês. Mas, sozinha, vale mais do que vocês todas juntas, porque foi ela que eu reguei. Porque ela é a minha rosa.
E então voltou para o pé da raposa e disse:
- Adeus...
- Adeus - disse a raposa. Vou-te contar o meu segredo. (...) O essencial é invisível para os olhos...
(...)
- Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante. (...)

O Principezinho - Antoine de Saint-Exupéry

2 comentários:

Anónimo disse...

Alô Mary,
é de facto uma Associação diferente. Conhecia-a durante uma actividade inserida numa fomação de desenvolvimento pessoal e achei 5 estrelas .... :)

bj
CM

Maria disse...

Cátia?