quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Nós por cá

Quase no seguimento do post anterior, porque na verdade todos estes assuntos se tocam, e também no seguimento de ter acabado de ler este post da Blackie, sua realeza, princesa do Limpopo, após termos passado o fim-de-semana na praia do Tofo, Inhambane, com uma bela tropa. Em boa verdade diga-se que para eles foi fim-de-semana de praia e copos, para mim de cama e chá, mas foi bom na mesma.

A verdade é que também nos assustam as notícias chegadas de Portugal. A verdade é que também aqui são conversa constante a cada encontro nosso. A verdade é que se nos metem invariavelmente em cima da mesa todos os medos e preocupações, tanto daqui, como daí.
Porque não é fácil viver num país onde as pessoas que mais tememos são os polícias. Ter que viver com enlatados e água suficientes para uma semana porque nunca se sabe.. Desaprender que as passadeiras são apenas riscos no chão, mesmo quando vamos a conduzir, ou corremos o risco de levar com o carro que nos seguir em cima. Tomar consciência que nem sempre há água, nem sempre há energia, nem sempre há internet, nem sempre há tv, nem sempre há coisas básicas no supermercado, nem sempre há álcool na farmácia, nem sempre há casa-de-banho no hospital. Não vale a pena continuar.

Mas o que passa no facebook são as fotos das mariscadas em praias paradisíacas que custam o mesmo que qualquer jantarada regada no bairro alto, e as fotos com crianças descalças e desdentadas com sorrisos até ao pôr-do-sol. E há quem tenha o desplante de achar que é a isso que se resume o que por aqui se faz.

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