Está apenas adormecido.
Tem-me apetecido escrever sobre muita coisa mas tudo coisas que não são permitidas. Politicas, polícias, ladrões, raptores. Por aí.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Hoje
deu-me uma saudade imensa de patinar. Acho que foi porque logo de manhã vi uma notícia do Benfica, vergonhosa por sinal. Ou então porque o meu pé nunca mais está bom e vai crescendo a lista de coisas para fazer depois da recuperação. Hoje foi dia de saudade.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
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É impressionante o quanto por vezes a vida nos aperta. Mas nós cedemos, e aguentamos sempre mais um bocadinho.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Estou muito curiosa com este filme
Lá por ser dourada não deixa de ser uma gaiola
Saíram clandestinos para fugir ao serviço militar que
durava seis anos, saíram porque em casa não havia sustento, saíram
porque foram expulsos dada à sua religião, saíram para escapar à
ditadura, saíram para fazer fortuna, saíram para exercer a profissão
para que estudaram, saíram à procura de uma vida digna. Desde o século
XVIII, saíram aos milhares de Portugal Continental, dos Açores e da
Madeira.
É uma gaiola de porta aberta e onde se permanece com
um pé fora e outro dentro, para sempre. Assim é, pelo menos o que
perceciono da experiência da emigração. Não sou emigrante, nem migrante e
por isso falo hoje como quem vê de fora. São-no vários dos meus amigos,
de diferentes gerações e por motivos distintos. Uns foram, outros foram
e voltaram, alguns pensam ficar, outros voltaram e não querem tornar a
sair, outros arrependem-se de ter voltado e outros não sabem.
Numa breve pesquisa que fiz em tempos com eles, as
saudades faziam-se sentir da família e das amizades, da comida, da
língua, da cultura e dependendo do país, do clima e da segurança.
Quando se está lá recorda-se o que cá se deixou mas, quando se chega cá
os sentimentos também se dividem, foi lá que ficou a casa, uma rotina
por vezes mais calma, os novos hábitos e comportamentos, aquilo que
agora também é parte da sua identidade. E os que regressaram reformados
lembram também com saudade os bons momentos que lá viveram.
A principal palavra que me ocorre quando penso em
(e)migração é coragem. Se hoje temos quem se aventure a novos mundos e
novas experiências porque sente essa vontade de evoluir pessoal e
profissionalmente, não deixamos de ter aqueles que partem de coração
triste, sem saber falar a língua do país de destino e às vezes sem saber
se têm onde dormir.
Mesmo no primeiro caso, aquele que é o de uma nova
geração bem preparada e remunerada com vontade de explorar novas vidas,
nunca considerei que emigrassem de ânimo leve e por isso continuo a
admirar a sua coragem. Sim, eu sei, o mundo mudou, temos que pensar
global e deixar a zona de conforto não é? A verdade é que nada disso é
novo para os portugueses. Pelas piores razões, cedo descobriram o
tamanho do mundo.
A Gaiola Dourada, de Ruben Alves, é uma
comédia que retrata uma dada vaga de emigração. Dedicado aos seus pais,
emigrantes em França, recupera certos estereótipos, certos linguajares,
certos comportamentos e uma certa vergonha que os filhos sentem dos
pais. Fala da possibilidade de concretizar mais cedo do que previsto o
sonho de voltar para Portugal e como ao fim de 30 anos, as respostas
fáceis se tornaram difíceis.
Há quem se tenha reconhecido, há quem se tenha
sentido ofendido. Esta crónica não é uma crítica de cinema, o filme cabe
aos leitores avaliar.
A mim deu-me para pensar, na vida e nas emoções das
gentes que partem, no seu esforço de adaptação, na atenção que lhes
reclama quem cá fica quando chegam de férias, nas chegadas e nas
partidas, nas descobertas de novos lugares e de novos amigos, nas suas
vitórias e nos seus sucessos. No parecer ser, tão português, no como a
comunidade emigrante se trata entre si e no pouco que sabe de nós quem
nos acolhe por esse mundo fora!
Lá por ser dourada não deixa de ser uma gaiola mas, para mim, é apenas perceção.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Resposta
Boa tarde,
Ao fim de mais de meia centena de mails trocados, consigo finalmente
chegar à conclusão que apesar do esforço não irei conseguir fazer
negócio convosco.
É realmente uma ilusão quando se vê um bom site, ainda que com alguns erros ortográficos e com imagens inexistentes de produtos que se quer vender (se por acaso houver em stock). Achamos que eventualmente a empresa funcione e no mínimo responda a mails, o que foi o caso! Apesar de muita falta de cordialidade e simpatia.
É realmente uma ilusão quando se vê um bom site, ainda que com alguns erros ortográficos e com imagens inexistentes de produtos que se quer vender (se por acaso houver em stock). Achamos que eventualmente a empresa funcione e no mínimo responda a mails, o que foi o caso! Apesar de muita falta de cordialidade e simpatia.
Anexo um exemplo:
C/ os melhores cumprimentos,
XXX
Não temos esse modelo disponivel.
Temos uma loja ao público em Avintes, onde pode adquirir alguns dos nossos produtos, o horário de atendimento é das 9:30 até 13:00 e das 14:00 até 16:00.
Temos uma loja ao público em Avintes, onde pode adquirir alguns dos nossos produtos, o horário de atendimento é das 9:30 até 13:00 e das 14:00 até 16:00.
Não fazemos reservas nem envios de pequenas quantidades tem que ser o cliente a vir a nossa loja e adquirir na hora.
Não temos caixas, tem que ser o cliente trazer caixas.
Nota:como é material para exportação segue em anexo o contato da minha colega XXX 000000000.
Nota:como é material para exportação segue em anexo o contato da minha colega XXX 000000000.
C/ os melhores cumprimentos,
XXX
Um 'bom dia' deve pagar direitos!
Na verdade foi uma comunicação difícil e deficiente onde não percebia o
porquê de não me responderem directamente às perguntas colocadas e
andarem às voltas com mails para trás e para a frente. Afinal é porque
não têm nada. Das dez referências que solicitei preços, há quatro
disponíveis.
Chego à brilhante conclusão que o vosso bonito catálogo não serve para mais do que encher o olho a quem vai à net, mas a cereja no topo do bolo é venderem recipientes em quantidades diferentes das tampas. Gostava de vos ver a ir comprar uma mesa de jantar para seis pessoas com trezentas e cinquenta pernas. É o que cabe na caixa!
Chego à brilhante conclusão que o vosso bonito catálogo não serve para mais do que encher o olho a quem vai à net, mas a cereja no topo do bolo é venderem recipientes em quantidades diferentes das tampas. Gostava de vos ver a ir comprar uma mesa de jantar para seis pessoas com trezentas e cinquenta pernas. É o que cabe na caixa!
Espero
que este desleixo seja porque a vossa área de negócio seja outra
qualquer onde tenham muito sucesso, mas se não conseguem dar conta deste
recado, ao menos não manchem a imagem.
Lamento
que nós portugueses sejamos tão críticos com tudo o que nos rodeia e
depois destratemos assim quem temos à frente, que mais que não seja, nos
vai ajudar a ter ordenado no final do mês.
Melhores cumprimentos,
Maria Pinheiro
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Os portuguesinhos
O colonialismo será sempre um tema delicado, o que é perfeitamente normal.
Ainda assim, da experiência que tenho, tanto de Maputo como do Chibuto, a maioria das pessoas lembra-se bem das coisas boas que tinha quando este território era português e hoje já não tem. A conversa é parecida à do meu avô quando falava do tempo em que ainda não havia liberdade de expressão em Portugal, mas havia tantas outras coisas melhores que as de hoje.
E este assunto é transversal a gerações. Estou a trabalhar com um grupo de jovens que rondam os vinte anos e todos têm pena que a descolonização tenha sido feita como foi. Culpa deles e culpa nossa, ou dos governantes de ambos. Mas então numa camada de gente mais idosa, esta opinião é mesmo afincada, antes é que era bom!
Tivemos uma vez um exemplo, a que só presenciei uns minutos e a alguns metros de distância, de um jovem moçambicano de pele bastante clara que odiava portugueses e a sua mania de que isto ainda é deles. Realmente pode ter razão em relação a algum exemplares caídos sabe Deus de onde, mas não é a maioria, e muito menos eram os exemplos com quem ele directamente discutia. Perdeu o resto da credibilidade quando contou que o seu curso superior tinha sido tirado em Lisboa, e que todos os anos faz lá férias e compra umas roupitas (caras e feias, pelo que pude constatar). Está visto que Moçambique não chega para o seu status. Shame on Mozambique.
Mas o que quero contar é que há umas semanas um senhor português de meia idade resolveu abrir um take-away móvel num cruzamento da Matola, perto da palhota de três miúdos orfãos que sobrevivem a pedir comida nos semáforos. Não conheço os miúdos, felizmente, mas conheço quem conheça e goste deles.
Ao que parece o senhor português não gosta deles porque dão mau ambiente à casa. Um atrelado estacionado no pó da Matola. Para quem conhece Moçambique é escusado dizer que também há lixo no chão, na verdade em Moçambique há de tudo no chão. E não gosta deles a ponto de constantemente os ameaçar para sair dali (da terra deles!) e irem chatear gente de outra freguesia. Mas os putos lá foram ficando (na terra deles!) e o senhor, coitado, irritado, há dois dias pegou-lhes fogo à palhota. Enquanto as crianças choravam porque tinham comprado dois litros de óleo que estavam ainda encetados e também ficaram sem os cobertores e as camisolas, foram juntar mais uns paus e caniço para arranjar uma cobertura para poderem dormir nessa noite. Mas voltou o velho e pegou fogo a tudo outra vez.
E agora queríamos juntar umas roupas e alguma comida para dar aos miúdos mas nunca mais foram vistos ali. Espero que andem a pedir noutros semáforos para conseguir dinheiro para comprar gasóleo e fósforos. Diz que a casa do lobo mau também arde.. e se eu souber onde é que eles estão a pedir ainda lá vou levar uma garrafinha para ajudar à festa.
Infelizmente tiram-se conclusões de histórias destas pela cor da pele e não pela podridão que as pessoas têm por dentro, mas fazer o quê?
Ainda assim, da experiência que tenho, tanto de Maputo como do Chibuto, a maioria das pessoas lembra-se bem das coisas boas que tinha quando este território era português e hoje já não tem. A conversa é parecida à do meu avô quando falava do tempo em que ainda não havia liberdade de expressão em Portugal, mas havia tantas outras coisas melhores que as de hoje.
E este assunto é transversal a gerações. Estou a trabalhar com um grupo de jovens que rondam os vinte anos e todos têm pena que a descolonização tenha sido feita como foi. Culpa deles e culpa nossa, ou dos governantes de ambos. Mas então numa camada de gente mais idosa, esta opinião é mesmo afincada, antes é que era bom!
Tivemos uma vez um exemplo, a que só presenciei uns minutos e a alguns metros de distância, de um jovem moçambicano de pele bastante clara que odiava portugueses e a sua mania de que isto ainda é deles. Realmente pode ter razão em relação a algum exemplares caídos sabe Deus de onde, mas não é a maioria, e muito menos eram os exemplos com quem ele directamente discutia. Perdeu o resto da credibilidade quando contou que o seu curso superior tinha sido tirado em Lisboa, e que todos os anos faz lá férias e compra umas roupitas (caras e feias, pelo que pude constatar). Está visto que Moçambique não chega para o seu status. Shame on Mozambique.
Mas o que quero contar é que há umas semanas um senhor português de meia idade resolveu abrir um take-away móvel num cruzamento da Matola, perto da palhota de três miúdos orfãos que sobrevivem a pedir comida nos semáforos. Não conheço os miúdos, felizmente, mas conheço quem conheça e goste deles.
Ao que parece o senhor português não gosta deles porque dão mau ambiente à casa. Um atrelado estacionado no pó da Matola. Para quem conhece Moçambique é escusado dizer que também há lixo no chão, na verdade em Moçambique há de tudo no chão. E não gosta deles a ponto de constantemente os ameaçar para sair dali (da terra deles!) e irem chatear gente de outra freguesia. Mas os putos lá foram ficando (na terra deles!) e o senhor, coitado, irritado, há dois dias pegou-lhes fogo à palhota. Enquanto as crianças choravam porque tinham comprado dois litros de óleo que estavam ainda encetados e também ficaram sem os cobertores e as camisolas, foram juntar mais uns paus e caniço para arranjar uma cobertura para poderem dormir nessa noite. Mas voltou o velho e pegou fogo a tudo outra vez.
E agora queríamos juntar umas roupas e alguma comida para dar aos miúdos mas nunca mais foram vistos ali. Espero que andem a pedir noutros semáforos para conseguir dinheiro para comprar gasóleo e fósforos. Diz que a casa do lobo mau também arde.. e se eu souber onde é que eles estão a pedir ainda lá vou levar uma garrafinha para ajudar à festa.
Infelizmente tiram-se conclusões de histórias destas pela cor da pele e não pela podridão que as pessoas têm por dentro, mas fazer o quê?
quarta-feira, 24 de julho de 2013
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Há muitos anos, estava eu a caminho de Carvalho para a passagem de ano, liga-me a minha mãe a dizer que o filho de uma amiga dela que eu conheço bem tinha sido preso a aterrar no aeroporto da Madeira. Tinha um quilograma de cocaína na mala para consumo próprio e dos amigos chegados. Disse ele. Ele e os amigos que foram à esquadra dar esta versão dos acontecimentos para atenuar a pena. Às vezes fazemos coisas com as quais não concordamos para safar os nossos amigos.
E a minha mãe soube desta história em primeira mão porque queriam chegar ao meu tio para interceder no processo e tentar ver o que se podia fazer para atenuar a pena.
No almoço de família seguinte o meu tio disse-me que se algum dia fosse parar a uma esquadra por posse de droga ou condução sob o efeito do álcool, deveria pensar duas vezes antes de lhe ligar. A posição dele pareceu-me demasiado dura e não a percebi muito bem.
Esta história passou por uma pena de prisão pesada com um comportamento exemplar e hoje com um casamento, que presumo feliz, e uma criança. Acabou bem.
Hoje de manhã ligaram-me a mim. Um amigo que conheço desde o liceu teve um acidente grave de carro e está no hospital a lutar pela vida. Vai ser operado daqui a pouco. O carro que conduzia não tinha seguro e ele não tinha cinto de segurança, mas estupefacientes tinha. E ligaram para mim porque queriam chegar ao meu tio para interceder no processo e tentar ver o que se pode fazer, porque caso ele sobreviva, vai levar com um processo crime e era bom atenuar as consequências. Mas eu não sei se era bom. E adivinho a opinião do meu tio se eventualmente lhe ligasse a contar esta história por isso é coisa que nem sequer vou fazer.
Tenho pena que esta sorte tenha acontecido. E chamo-lhe sorte porque de há quinze anos para cá podia ter acontecido em qualquer mês vivido no limiar por esta pessoa de quem até gosto bastante, sempre gostei. Foi realmente uma sorte só ter acontecido agora. O azar foi quinze anos não terem sido anos suficientes para que os desejos constantes de ultrapassar limites tenham sido superados por um desejo de uma vida diferente, mais que não fosse pelo respeito da segurança dos outros. Porque se ele não estivesse no carro sozinho, e estivesse antes com a irmã de quem me ligou, que possivelmente estaria também em muito mau estado a esta hora, com certeza as atenuações de um processo crime não seria desejadas, pelo contrário.
Espero que nunca me toque na pele uma história destas., já chegam as que a vida nos traz, não precisamos passar a vida a chamar por elas.
Não sei por onde mais vai passar esta história e apesar de todo o cenário negativo espero que tenha um final feliz. Justo mas feliz. Boa sorte V.
E a minha mãe soube desta história em primeira mão porque queriam chegar ao meu tio para interceder no processo e tentar ver o que se podia fazer para atenuar a pena.
No almoço de família seguinte o meu tio disse-me que se algum dia fosse parar a uma esquadra por posse de droga ou condução sob o efeito do álcool, deveria pensar duas vezes antes de lhe ligar. A posição dele pareceu-me demasiado dura e não a percebi muito bem.
Esta história passou por uma pena de prisão pesada com um comportamento exemplar e hoje com um casamento, que presumo feliz, e uma criança. Acabou bem.
Hoje de manhã ligaram-me a mim. Um amigo que conheço desde o liceu teve um acidente grave de carro e está no hospital a lutar pela vida. Vai ser operado daqui a pouco. O carro que conduzia não tinha seguro e ele não tinha cinto de segurança, mas estupefacientes tinha. E ligaram para mim porque queriam chegar ao meu tio para interceder no processo e tentar ver o que se pode fazer, porque caso ele sobreviva, vai levar com um processo crime e era bom atenuar as consequências. Mas eu não sei se era bom. E adivinho a opinião do meu tio se eventualmente lhe ligasse a contar esta história por isso é coisa que nem sequer vou fazer.
Tenho pena que esta sorte tenha acontecido. E chamo-lhe sorte porque de há quinze anos para cá podia ter acontecido em qualquer mês vivido no limiar por esta pessoa de quem até gosto bastante, sempre gostei. Foi realmente uma sorte só ter acontecido agora. O azar foi quinze anos não terem sido anos suficientes para que os desejos constantes de ultrapassar limites tenham sido superados por um desejo de uma vida diferente, mais que não fosse pelo respeito da segurança dos outros. Porque se ele não estivesse no carro sozinho, e estivesse antes com a irmã de quem me ligou, que possivelmente estaria também em muito mau estado a esta hora, com certeza as atenuações de um processo crime não seria desejadas, pelo contrário.
Espero que nunca me toque na pele uma história destas., já chegam as que a vida nos traz, não precisamos passar a vida a chamar por elas.
Não sei por onde mais vai passar esta história e apesar de todo o cenário negativo espero que tenha um final feliz. Justo mas feliz. Boa sorte V.
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Ter o melhor pediatra do mundo é
depois dos trinta anos ainda receber mails a perguntar se está tudo bem e se preciso de alguma coisa.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Colbert e Manzarino
Diálogo entre Colbert e Mazarino durante o reinado de Luís XIV, na peça teatral Le Diable Rouge, de Antoine Rault:
Colbert: - Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço…
Mazarino: - Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas, vai parar à prisão. Mas o Estado é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se… Todos os Estados o fazem!
Colbert: - Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: - Criando outros.
Colbert: - Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino: - Sim, é impossível.
Colbert: - E sobre os ricos?
Mazarino: - Os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert: - Então, como faremos?
Mazarino: - Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média!
quarta-feira, 10 de julho de 2013
domingo, 30 de junho de 2013
quarta-feira, 19 de junho de 2013
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Tudo é possível
É possível agendar um jantar de amigos com dois meses de antecedência? É.
E um almoço de família? Também.
Com locais e horas definidos? Ao milimetro.
Com lista de pessoas a convidar? Pois claro.
E pronto, estou toda contente só de olhar para a agenda.E um almoço de família? Também.
Com locais e horas definidos? Ao milimetro.
Com lista de pessoas a convidar? Pois claro.
sexta-feira, 14 de junho de 2013
quinta-feira, 13 de junho de 2013
quarta-feira, 12 de junho de 2013
As ONG
Tenho arrastado (o termo será 'adiado', eu sei, mas há dezenas de coisas que apontei há meses, e têm sido, literalmente, arrastadas de semana para semana) na agenda escrever alguma coisa no blog sobre ONG. Mas a verdade é que nem sei bem o que escrever dado que é um assunto sobre o qual a minha opinião vai mudando à medida que o tempo passa..
Um dia destes, num braai, ouvi que as ONG são óptimas para os queques. Vêm um mês para África, pagam um dinheirão para dormir no chão e comer porcarias e ao fim de um mês voltam para casa a achar que mudaram o mundo quando não mudaram coisa nenhuma.
É mentira? Não. Fazer voluntariado, pelo conhecimento que tenho, fica para cima de um balúrdio. Pagam-se as viagens, as deslocações, a estadia, a comida e ainda uma doação à instituição. Não sei se é assim em todas, espero que não.
É mentira? Não. Fazer voluntariado, pelo conhecimento que tenho, fica para cima de um balúrdio. Pagam-se as viagens, as deslocações, a estadia, a comida e ainda uma doação à instituição. Não sei se é assim em todas, espero que não.
Não posso, ou não devo (e não vou), falar do meu caso específico. Primeiro porque ainda nem tinha saído de Portugal e já me estavam a dizer que não o podia fazer. Segundo, porque não ia ser nada bonito.
Mas a questão prende-se com várias frentes. Com a efectiva entrega de bens e ajudas a quem precisa. Com a pertinência e real necessidade dessas ajudas. Com os meios utilizados para atingir fins. Por aí fora..
Por exemplo, quando em Portugal juntamos livros escolares para mandar sabe Deus para onde, será que nos lembramos que o conteúdo programático pode (pois que é mesmo) ser diferente? Será que temos o cuidado de pôr de parte os livros da nossa história (que conta uma versão diferente da história de outros povos, que pode não querer sequer ouvir falar na nossa)? Será que nos lembramos que em Portugal também há crianças a estudar que vão agradecer os livros, porque mesmo que não passem fosse poupam um ordenado aos pais?
Aprofundando mais um pouco, no caso moçambicano, as crianças não precisam de mochilas nem de lápis e canetas (felizmente em Maputo a realidade já não é esta) porque não têm livros para carregar para a escola, nem cadernos para escrever. As suas preocupações são carregar água para beber e para tomar banho. Tomar conta dos irmãos mais novos. Ir para a machamba ajudar a mãe.
Os professores, com sorte, têm um livro que partilham com todos os alunos e um quadro para escrever.
Da última vez que estive em Portugal, em conversa com uma pessoa que admiro muito e há muitos anos, e que conhece bem este país, apercebi-me da gravidade desta situação. Deste povo que é subnutrido desde a fecundação. Um povo que é carregado numa barriga trabalhadora com fome e com sede. Quanto não paga um corpo no seu desenvolvimento?
Mas voltando às ONG, para ajudar, há uma boa percentagem de gente que vem voluntariar por alguma razão paralela. Desamores e depressões são mato. E aliar isto a uma mudança radical de vida, de alimentação e de ambiente, pode ser uma maravilha ou pode ser o fim do mundo em cuecas.
Não vou nem tocar nas convicções e objectivos de quem forma e gere organizações em sítios destes a partir da outra ponta do mundo, a ponta limpinha. Aí estarei a ser, certamente, muito injusta com algumas almas caridosas.
E qual foi a organização que se lembrou de vir pintar passadeiras para Moçambique? Só quem cá nunca meteu os pés e quase foi abalroado é que não sabe que são de tinta invisível. Pergunto-me para quê gastar dinheiro com isto e com tantas outras coisas se no final do dia, nada mudou. Nada.
terça-feira, 11 de junho de 2013
Post mortem facebook
Tenho como amigos no facebook duas pessoas que já morreram. Tinha três mas esse perfil foi rapidamente apagado.
O que se faz quando se perde alguém e se fica com um facebook nas mãos? Não sei.. mas a verdade é que nem sequer foi só uma vez que escrevi no mural do Cabral depois de ele ter partido. E a verdade é que tenho a sensação que quando falo com ele por ali, ele me está a ler, eventualmente a ouvir. E quantos outros amigos não fazem o mesmo.. até a mãe e a pequena (acho que ela já não é nada pequena mas ele sempre a tratava como tal) irmã. Ainda o tenho na minha lista de contactos, no BBM e no Whatsapp, e apagá-lo não faz, pelo menos não tem feito até agora, sentido nenhum.
Quando eu morrer não apaguem o meu facebook. Vai ser nice se puder ver as minhas fotos de vez em quando para me lembrar como tive uma vida boa :)
Em tom de exigência, por favor, se descobrirem a minha pass, não façam publicações nem likes por mim, que é o que acontece com o outro caso destes que tenho no facebook. É surreal.
segunda-feira, 10 de junho de 2013
Histórias de Áfricas
Na
Damaia, há uns anos valentes, tinha a minha mãe um Fiat Uno,
descobrimos que um sem-abrigo utilizava o nosso carro para dormir. Nunca
soubemos quem era o dito que nunca tirou nada nem nunca sujou nada, mas
que tomava a liberdade de abrir o carro (que sempre foi famoso pela sua
abertura fácil) para poder dormir mais aconchegado.
Mas a história recente é em Maputo, numa África mais verdadeira.
Há
uns dias apanhei boleia com uma amiga, a M. (não vou escrever o nome
porque de momento nem lhe posso pedir autorização visto estar a
sobrevoar uma qualquer parte do mundo para ir festejar os Santos
Populares onde eu também devia ir, a Lisboa) e tive que meter alguma
tralha no porta-bagagens. A carrinha dela é de cabine simples
independente da caixa traseira e tinha lá um caixote de papelão com umas
tralhas arrumadas que me prenderam o olhar. 'É do meu amigo que dorme
aqui..', disse a M. 'Ok.., que giro, a minha mãe tem uma história parecida com esta, de há uns anos.'. 'Eu tenho um episódio maravilhoso.. no outro dia saí durante a semana para jantar com o M. (Também não vou revelar o nome) e não reparei que o coitado já estava a dormir.. no dia a seguir: -Senhora, como estava confuso ontem! Acordei e não sabia onde estava.. nem saí do carro com medo de me perder. A senhora havia de voltar para casa..'.
sexta-feira, 7 de junho de 2013
quinta-feira, 6 de junho de 2013
A minha agenda
Uma das coisas mais difíceis na vida de emigrante é ter que enfiar tarefas na agenda nos dias em que se vai estar na outra casa. É só em Agosto mas vou começar a fazer a lista, o passo a seguir é alguma coisa parecida com o Tetris.
terça-feira, 4 de junho de 2013
segunda-feira, 3 de junho de 2013
'Se uma gaivota viesse trazer-me o céu de Lisboa'
Se por uma eternidade me deixasse cair sobre as colinas. Onde nada parece hoje fazer sentido. 'Fosse quem sabe o primeiro'.
domingo, 2 de junho de 2013
sábado, 1 de junho de 2013
Na rádio, a propósito do dia da criança
- Gostava das brincadeiras que tinha quando era criança?
- Gostava muito, mas hoje as crianças já não brincam na rua, ficam em casa no facebook..
- Pois, são os adventos da modernidade!
advento
(latim adventus, -us, chegada, vinda, aproximação)
s. m.
- Gostava muito, mas hoje as crianças já não brincam na rua, ficam em casa no facebook..
- Pois, são os adventos da modernidade!
advento
(latim adventus, -us, chegada, vinda, aproximação)
1. Chegada, vinda; exaltação; princípio.
2. Período das quatro semanas que precedem o Natal.
quarta-feira, 29 de maio de 2013
quinta-feira, 9 de maio de 2013
terça-feira, 7 de maio de 2013
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Crescer implica engolir sapos como não poder ir a casa e saber disso quando só faltava um mês para ir a casa. Crescer tem dias difíceis. Ainda que por boas razões.
segunda-feira, 6 de maio de 2013
domingo, 5 de maio de 2013
quinta-feira, 2 de maio de 2013
O Movimento do Pedro
"Todos os Portugueses, sem excepção, terão como missão em 2012, conseguir auferir mais um salário mínimo em actividades não rotineiras num ano normal de trabalho
A crise que se acercou de todos os Portugueses, tem vindo a delapidar vários campos da vida social de todo um povo. O problema que salta mais à vista é a quebra do poder de compra, mas na minha opinião, o mais grave é a perda da força anímica e da auto-estima de todos. Eu sou emigrante e cada vez que vou a casa, deparo-me com um queixume infinito sem ninguém tentar apresentar uma solução para o problema. Os Portugueses parecem derrotados. Houve alturas na história do nosso país em que passámos por dificuldades similares, e conseguimos ultrapassá-las de uma forma ou de outra. Quando bem desafiados ou incentivados, os Portugueses tiveram a força e o engenho para chegar onde outros nunca sonharam chegar. Este movimento ambiciona recuperar a força de vontade e a alma vencedora de Portugal! Acabar com a negatividade! Pretende lançar um repto a todos, não para mostrar ao mundo, mas para mostrar a nós próprios que conseguimos, e acordar de manhã sem ter de falar de crises ou de outras maleitas similares. Acordar de cabeça erguida e dizer: “Eu vou conseguir!” Então, o repto é o seguinte: cada Português tem por missão, neste ano de 2012, levar um salário mínimo extraordinário para casa. Conseguir angariar 485 Euros fora da rotina normal de trabalho durante o ano. As estratégias podem ser as mais diversas: Desde aproveitar a árvore de fruto do quintal; fazer bolos em casa e vendê-los no restaurante mais próximo. Tricotar camisolas para vender, dar explicações, arranjar um casal de animais de estimação para vender cãezinhos ou gatinhos. Não é preciso pedir autorização para produzir! Se souberes cantar, vende os teus serviços! Aproveita a tua horta para cultivar qualquer coisa que se possa vender! No máximo, se não conseguires vender, podes ficar com os produtos e sempre poupas nas compras de mercearia. O Tio Patinhas já dizia que milhão poupado é milhão ganho! Se ele se tornou o pato mais rico do mundo, temos de usar algumas das suas estratégias. Se tens uma casa de campo, ou de férias, aluga-a! Nem que seja por um mês! Vais ver que esse dinheiro extra não te vai fazer nada mal! Eu acho que vais gostar e vais querer mais! Utiliza o teu engenho! Utiliza os teus recursos! Avalia-os! “O que é que eu consigo fazer com eles?” Consigo transformá-los em dinheiro? O salário mínimo perfaz 485 Euros. Um ano tem 52 semanas. São menos de 10 Euros por semana! Será assim tão difícil?! Espalhem a palavra! Troquem ideias! Irão sair verdadeiras surpresas! Se tens um quintal, põe-no a trabalhar para ti! Coloca umas colmeias, cria galinhas, planta couves, ou aproveita a fruta das árvores para fazer compotas! As possibilidades são infinitas! Neste desafio que vos lanço, há que contabilizar todos os ganhos, pelo menos pessoalmente, para depois se saber que o objectivo foi cumprido. Se o conseguires atingir, gaba-te disso! Para o ano, vais poder dizer que conseguiste fazê-lo em menos dois meses que no ano anterior. Torna-te empresário de ti próprio! Uma vez atingido o objectivo, compra um amuleto e usa-o! Uma pulseira, um fio, um autocolante no carro… Se conseguires fazer o objectivo duas vezes no mesmo ano, compra dois! Vai ser a marca do teu sucesso! Mostra a toda a gente e gaba-te! Isso vai fazer os que te rodeiam procurar o seu próprio sucesso! Puxa por eles também! Ajuda-os, pois eles vão precisar. Aproveita recursos onde ninguém os vê! Muda a tua forma de pensar, faz coisas que nunca fizeste, e muda as cabeças de quem te rodeia! Se todos os Portugueses conseguirem, são quase 5.000 Milhões de Euros. Claro que há uns que não vão conseguir, mas há outros que vão conseguir o objectivo, várias vezes! Não tenhas medo de tentar! Se és Português, o teu sucesso é o Nosso sucesso! É só mais um salário!"
PAPA
Pode ser visto aqui.
Cá por casa estamos a fazer a nossa parte :)
sábado, 27 de abril de 2013
sexta-feira, 26 de abril de 2013
São só coisas
Família real espanhola vai ser obrigada a justificar gastos
'E anunciou que iria devolver ao Estado 27 dos 72 carros oficiais, reduzindo o número de motoristas de 68 para 61.'
Coreia do Norte pode efectuar hoje lançamento de míssil
'Segundo o governante, a Coreia do Norte tem o hábito de associar a realização de testes militares com datas simbólicas, sublinhando que a 15 de abril - dia do nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, também se previa que poderia ocorrer o lançamento de ensaio de um míssil balístico.
'E anunciou que iria devolver ao Estado 27 dos 72 carros oficiais, reduzindo o número de motoristas de 68 para 61.'
Coreia do Norte pode efectuar hoje lançamento de míssil
'Segundo o governante, a Coreia do Norte tem o hábito de associar a realização de testes militares com datas simbólicas, sublinhando que a 15 de abril - dia do nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, também se previa que poderia ocorrer o lançamento de ensaio de um míssil balístico.
Além do 25 de abril, o Ministro da Defesa sul-coreano identifica outras duas datas possíveis: 30 de abril, último dia dos exercícios militares contínuos da Coreia do Sul e dos EUA ou 27 de julho, dia que assinala o aniversário das tréguas que colocaram fim à Guerra da Coreia (1950-1953).'
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Esqueci-me
que também tenho saudades de te cortar o cabelo, de dizeres que todas as apresentadoras da televisão eram tuas primas, de te rires perdido com o Alberto João e com a Odete Santos, de comeres casca de laranja, de fazer avós-feias no quadro de ardósia, de acertares o relógio grande da sala, de te rires da minha forretice por eu ter enfiado uma garrafa de água no meu autoclismo e de no dia a seguir teres enfiado garrafas de água nos outros autoclismos todos da casa, de gozares comigo por ter medo da Galinha, de me ires buscar à patinagem, de te ver a nadar em Carvalho, de me assares castanhas e maçãs na lareira, de o Golf ser meu de manhã e teu à tarde, de seres um péssimo condutor, de seres o pior a estacionar, de descascares uvas ao Pumba, de teres os óculos cheios de tinta, de teres as calças cheias de tinta, de me teres enchido o cão de tinta. Tenho cada vez mais saudades tuas.
Não sei o que é um Natal sem ti, não sei o que é a nossa casa sem ti, não sei o que é Carvalho sem ti, não sei o que é a Alexandrina sem ti, mas mais cedo ou mais tarde vou voltar e ter de descobrir. Tenho cada vez mais saudades tuas.
Não sei o que é um Natal sem ti, não sei o que é a nossa casa sem ti, não sei o que é Carvalho sem ti, não sei o que é a Alexandrina sem ti, mas mais cedo ou mais tarde vou voltar e ter de descobrir. Tenho cada vez mais saudades tuas.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Vieste com a Primavera
e na Primavera nos deixaste.
Presumo que nem sempre tenhas tido a vida com que sonhaste mas sei que aceitaste com o coração e um sorriso tudo o que ela te trouxe. Tivemos o prazer de poder ouvir na primeira pessoa vezes sem conta todas as tuas aventuras e todas as histórias que decoraste e faziam já parte da tua.
Foste um homem sereno e humilde com uma bondade inesgotável. Foi profundamente triste receber a notícia da tua consciente despedida, um acto de coragem e grandeza incalculáveis.
Vou ter saudades das tuas gargalhadas, de ouvir as tuas histórias, do teu humor refinado, de me perguntares as horas a toda a hora porque te esquecias sempre de dar corda ao relógio, do teu assobio, das tuas trapalhadas, de me chamares Carolina, de te fazer cócegas e de me responderes que ias fazer queixa à tua mãe, de ouvires televisão aos berros às tantas, de me dizeres que o portátil que tinhas na faculdade era muito melhor que o meu, de me chamares para ir ver as trutas, das cantareiras, de ouvires o relato do Sporting no carro às escondidas, da tua alegria de viver. Da tua alegria de viver. Da tua alegria de viver.
Maior que a tristeza de não voltar a ver o teu sorriso é que os meus filhos nunca tenham a sorte que tive em te conhecer.
Adeus avô.
Presumo que nem sempre tenhas tido a vida com que sonhaste mas sei que aceitaste com o coração e um sorriso tudo o que ela te trouxe. Tivemos o prazer de poder ouvir na primeira pessoa vezes sem conta todas as tuas aventuras e todas as histórias que decoraste e faziam já parte da tua.
Foste um homem sereno e humilde com uma bondade inesgotável. Foi profundamente triste receber a notícia da tua consciente despedida, um acto de coragem e grandeza incalculáveis.
Vou ter saudades das tuas gargalhadas, de ouvir as tuas histórias, do teu humor refinado, de me perguntares as horas a toda a hora porque te esquecias sempre de dar corda ao relógio, do teu assobio, das tuas trapalhadas, de me chamares Carolina, de te fazer cócegas e de me responderes que ias fazer queixa à tua mãe, de ouvires televisão aos berros às tantas, de me dizeres que o portátil que tinhas na faculdade era muito melhor que o meu, de me chamares para ir ver as trutas, das cantareiras, de ouvires o relato do Sporting no carro às escondidas, da tua alegria de viver. Da tua alegria de viver. Da tua alegria de viver.
Maior que a tristeza de não voltar a ver o teu sorriso é que os meus filhos nunca tenham a sorte que tive em te conhecer.
Adeus avô.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Só para pedir desculpa
pelo incómodo a toda a gente que me acolheu mais ou menos temporariamente em casa durante estes trinta anos. Ter visitas pode ser uma chatice do camandro..
terça-feira, 9 de abril de 2013
segunda-feira, 8 de abril de 2013
O sinaleiro
Ando há dias com esta porcaria na cabeça e não me vai largar enquanto não me lembrar da música toda.. alguém se lembra? Eu cantava isto na escolinha..
O sinaleiro é nosso amigo,
Devemos-lhe atenção
...
...
Vermelho é perigo,
Amarelo é atenção,
O verde quer dizer:
Passar sem preocupação.
Olha o sinal! Olha o sinal!
O sinaleiro é nosso amigo,
Devemos-lhe atenção
...
...
Vermelho é perigo,
Amarelo é atenção,
O verde quer dizer:
Passar sem preocupação.
Olha o sinal! Olha o sinal!
domingo, 7 de abril de 2013
sábado, 6 de abril de 2013
A Pampilhosa da Serra
Quando decidi despedir-me para me dedicar à tese e às outras quinhentas coisas em que estava metida, como parte da decisão passava também por passar algum tempo com o Manuel e com a Alexandrina, que estão cada vez menos para as curvas, explorei a hipótese de me mudar para a Pampilhosa da Serra. Entretanto a oportunidade de me mudar para Moçambique surgiu e a ideia acabou por morrer embrionária.
Mas ainda assim, aos vinte e nove anos eu ponderei mudar-me da capital para a Pampilhosa. Não tinha despesas nem dependentes.
Faz-me confusão a falta de iniciativa para revolver a vida e partir à luta. É inversamente proporcional ao linguarejo diário de que o país está na merda. Pois está.
A Pampilhosa, presumo que as Pampilhosas por esse país à beira-mar plantado, oferece incentivos aos casais que lá tenham filhos. Tem serviços de borla como internet, ginásio e cursos diversos pós-laborais. Tem uma qualidade de vida soberba e alimentos trezentas e cinquentas vezes melhores do que se vende nas grandes cidades. Tem sobretudo terra que nunca mais acaba à espera de quem lhe deite a mão.
A vida não pára.
E ainda assim devo ter muita sorte porque conheço muito pouca gente desempregada, os meus amigos quase todos casam (com tudo o que de baratinho isso implica), todos têm todos carro próprio, fazem férias fora e têm os filhos em colégios privados. E ainda bem!
Mas ainda assim, aos vinte e nove anos eu ponderei mudar-me da capital para a Pampilhosa. Não tinha despesas nem dependentes.
Faz-me confusão a falta de iniciativa para revolver a vida e partir à luta. É inversamente proporcional ao linguarejo diário de que o país está na merda. Pois está.
A Pampilhosa, presumo que as Pampilhosas por esse país à beira-mar plantado, oferece incentivos aos casais que lá tenham filhos. Tem serviços de borla como internet, ginásio e cursos diversos pós-laborais. Tem uma qualidade de vida soberba e alimentos trezentas e cinquentas vezes melhores do que se vende nas grandes cidades. Tem sobretudo terra que nunca mais acaba à espera de quem lhe deite a mão.
A vida não pára.
E ainda assim devo ter muita sorte porque conheço muito pouca gente desempregada, os meus amigos quase todos casam (com tudo o que de baratinho isso implica), todos têm todos carro próprio, fazem férias fora e têm os filhos em colégios privados. E ainda bem!
sexta-feira, 5 de abril de 2013
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Biblioteca em casa deixa crianças mais inteligentes
Um grupo de sociólogos das universidades de Nevada em
Las Vegas e da Califórnia em Los Angeles realizou o maior estudo internacional
sobre a influência dos livros na educação escolar. Os resultados mostram que,
independentemente do nível educacional dos pais, do status socioeconômico e do
regime político, quanto mais livros houver em uma casa, mais anos de
escolaridade atingirá a criança que crescer nela. Participaram do estudo mais
de 70 mil pessoas de 27 países, entre os quais Estados Unidos, China, Rússia,
França, Portugal, Chile, África do Sul (o Brasil não foi incluído). A conclusão
foi publicada na revista Research in Social Stratification and Mobility.
No artigo, os autores explicam que o nível cultural e
educacional dos pais também influencia a escolaridade atingida pela prole, mas
nesse caso a correlação é mais fraca do que com o tamanho físico do acervo
familiar de livros. Os resultados mostram também como o gosto pela leitura
tende a diminuir diferenças sociais. Nos lares mais modestos, o efeito de cada
acréscimo ao acervo no futuro acadêmico da criança é mais acentuado do que a
adição de um volume a uma biblioteca mais ampla. Apesar de a tendência ter sido
observada em todos os países, houve diferenças importantes entre eles.
Nos Estados Unidos, na França e na Alemanha, uma
biblioteca com cerca de 500 volumes representou acréscimo de dois a três anos
na escolaridade das crianças, comparando com uma casa sem livros. Na Espanha e
na Noruega, o número saltou para até cinco anos e na China atingiu o máximo,
entre seis e sete anos.
Segundo os pesquisadores, o regime comunista poderia
explicar o resultado chinês, pois em um país onde há mais restrições à
liberdade individual os livros seriam bens culturais ainda mais valorizados
pela família. O mesmo raciocínio poderia se aplicar aos números semelhantes
verificados em países do Leste Europeu (que formavam o bloco comunista) e a
África do Sul, que viveu décadas sob o apartheid. Os casos analisados foram de
pessoas que cresceram em meio a esses regimes. “A leitura é uma ótima fonte
para os oprimidos, seja qual for sua cor, seus opressores e as circunstâncias
históricas”, escreveram.
O estudo é uma prova irrefutável de que
“uma casa onde os livros são valorizados fornece à criança ferramentas que são
diretamente úteis no aprendizado escolar, como vocabulário, imaginação, amplo
horizonte em história e geografia, a compreensão da importância da evidência no
argumento, e muitas outras”. E confirma os famosos versos de Castro Alves, do
século 19: “Oh! Bendito o que semeia/ Livros... livros a mão-cheia.../ E manda
o povo pensar!/ O livro caindo n’alma/ É germe – que faz a palma./ É chuva -
que faz o mar.”
Luciana Christante
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